Dino receberá R$ 1,2 milhão de hospital em Brasília onde filho morreu em 2012
Ministro fala de negligência profissional e falta de qualidade em hospitais; valor indenizado será doado

Gabriela Vieira
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (10) que receberá R$ 1,2 milhão de um hospital em Brasília, onde seu filho morreu em 2012.
Segundo informou o ministro nas redes sociais, a "indenização" que foi paga por "essa gente", não interessa à família e o valor será doado. "O que importa é o reconhecimento da culpa do hospital", disse.
Dino entrou com uma ação judicial na época em que seu filho morreu, mas apenas 13 anos e 6 meses após o início da tramitação do processo, o hospital foi condenado, com trânsito em julgado.
"Espero que essa decretação de responsabilidade tenha resultado no fim dos péssimos procedimentos do hospital Santa Lúcia, que levaram à trágica e evitável morte de uma criança de 13 anos", escreveu.
Na publicação, ele também cita negligência por parte do hospital e afirma que muitas vezes os hospitais investem mais em "granitos, vidros espelhados, belos prédios do que na qualidade dos hospitais".
O magistrado lembra de quando apresentou o projeto de lei 287/2024, ainda como senador, que obriga a avaliação periódica da qualidade dos hospitais. O PL ainda precisa passar pela análise do Congresso Nacional.
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Caso
Marcelo Dino, conhecido como Peixinho por seus familiares, tinha 13 anos quando deu entrada no hospital com uma crise de asma. Em nota publicada na época, o hospital afirmou que a criança foi encaminhada diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O hospital disse que as equipes tentaram reverter a crise, mas o garoto acabou não resistindo e morreu às 7h do dia seguinte.
Dino processou o hospital, alegando que a médica teria abandonado seu posto da UTI e, por isso, houve demora no atendimento da criança.
Uma médica e uma enfermeira foram investigadas e processadas por suposto homicídio culposo, mas acabaram absolvidas por falta de provas em 2018.
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