Bolsonaro fala em perseguição e questiona se é crime dormir em embaixada
O ex-presidente passou duas noites na Embaixada da Hungria depois de ter passaporte apreendido em operação da PF

Iasmin Costa
Jair Bolsonaro (PL) avalia que está sendo perseguido com relação à estadia dele na Embaixada da Hungria, em Brasília. Ao ser questionado por jornalistas, argumentou se "por ventura, dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso?". O ex-presidente fez o comentário ao sair de um evento em homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal, em São Paulo, na noite dessa segunda-feira (25).
O jornal americano The New York Times revelou que, em fevereiro, Bolsonaro passou duas noites na embaixada depois de ter passaporte apreendido na operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF).
De acordo com regras do direito internacional, embaixadas são áreas invioláveis. Caso a polícia federal realizasse uma operação que tivesse o ex-presidente como alvo, ele só poderia ser alcançado com o consentimento do governo húngaro, pois dentro da embaixada valem as regras da Hungria.
"Tenha santa paciência, deixa de perseguir, pessoal, quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Vamos falar dos móveis do Alvorada?", completou.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 48h para que Bolsonaro explique por que passou duas noites na embaixada da Hungria.
Moraes é relator do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Por isso, o ministro determinou a apreensão do passaporte do ex-presidente.
Em nota, a defesa de Bolsonaro confirmou a visita do ex-presidente ao local.
Segundo o comunicado, o ex-presidente "passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo" e que, no período, Bolsonaro "conversou com diversas autoridades húngaras, atualizando os cenários políticos das duas nações".









