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Polícia

Quatro trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul

As vítimas trabalhavam em uma cooperativa de reciclagem e não tinham material adequado e local para fazer as necessidades fisiológicas

Imagem da noticia Quatro trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão no Rio Grande do Sul
Galpão onde as vítimas trabalhavam | Foto: Divulgação/ Ministério Público do Trabalho
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Uma operação deflagrada pelo Ministério Público nesta quarta-feira(8), resgatou quatro trabalhadores que estavam em condições análogas à escravidão. As vítimas eram três mulheres e um homem que realizavam a triagem de lixo urbano em Bom Jesus, no Rio Grande do Sul.

As vítimas trabalhavam revirando montes de lixo e separando material de reciclagem em um galpão de triagem de resíduos, tanto recicláveis quanto orgânicos e rejeitos. O local também recebia restos de alimentos em decomposição, papéis higiênicos usados e fraldas descartáveis. Entretanto, não possuía água para lavar as mãos.

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Além disso, no galpão não havia instalações sanitárias e nem vestiário para a troca de roupas. As vítimas quando precisavam ir ao banheiro, faziam suas necessidades fisiológicas no mato, e após o término da jornada, voltavam vestindo os uniformes sujos.

O único banheiro próximo ficava em um casebre ao lado do galpão, que estava inutilizável por falta de água e infestação de ratos. O local não possuía um telhado adequado e em dias de chuva, a água vazava para o galpão e encharcava tanto os trabalhadores, quanto o lixo em volta.

Galpão onde as vítimas trabalhavam com o telhado quebrado | Foto: Divulgação/ Ministério Público do Trabalho
Galpão onde as vítimas trabalhavam com o telhado quebrado | Foto: Divulgação/ Ministério Público do Trabalho

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Os trabalhadores também não tinham as vacinas de hepatite e tétano, apesar de estarem expostos a cortes e perfurações, por conta de cacos de vidro, lâminas, pedaços de metais enferrujados e até seringas descartáveis presentes no lixo que manuseavam.

A cooperativa prestava serviços de coleta de lixo para a cidade de Bom Jesus desde junho de 2024 e para outros municípios do Rio Grande do Sul.

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O caso foi autuado como trabalho análogo à escravidão devido às condições degradantes de trabalho a que as quatro pessoas estavam submetidas. O galpão onde as vítimas trabalhavam foi interditado e a cooperativa notificada a efetuar o pagamento das verbas rescisórias dos quatro trabalhadores. Eles receberão três parcelas do benefício do seguro-desemprego

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