Ministério Público abre investigação sobre ação da PRF que baleou jovem na cabeça no RJ
Procuradoria da República no estado pede preservação de provas, informações sobre eventual assistência às vítimas e imagens da rodovia no momento da ação
SBT News
A Procuradoria da República no Rio de Janeiro decidiu na quarta-feira (25) instaurar uma investigação criminal para apurar "eventuais condutas criminosas" na ação da Polícia Rodoviária Federal em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, na terça-feira (24), véspera de Natal. Agentes atiraram num carro de passeio sem qualquer aviso, atingindo na cabeça uma jovem de 26 anos.
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Juliana Leite Rangel foi atingida por um tiro de fuzil na rodovia Washington Luís (BR-040). A família se dirigia a uma celebração natalina em Niterói. A jovem está em coma. Seu pai, Alexandre Rangel, que diria o carro, foi atingido de raspão na mão. Outros três integrantes da família se abaixaram e não foram baleados.
No documento, o procurador da República Eduardo Oliveira Benones determina que a Polícia Federal compartilhe quais providências foram adotadas na apuração da ação. Ele também pede que a Polícia Rodoviária Federal identifique e afaste os envolvidos na ocorrência, identificando o(s) autor(es) dos disparos. O afastamento já foi efetuado pela PRF na quarta-feira. O procurador também pede o recolhimento das viaturas envolvidas e sua total preservação e o recolhimento das armas em poder dos agentes, para realização de perícia.
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A Procuradoria também pede acesso a informações sobre o estado de saúde das vítimas e informações sobre a eventual assistência prestada pela PRF às vítimas. A mãe de Juliana, Deyse Rangel, afirma que os agentes federais não prestaram socorro à jovem. Segundo ela, uma viatura da Polícia Militar que chegou na sequência dos tiros verificou que a jovem estava viva e prestou a assistência devida.
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No despacho, o procurador também solicita à Companhia de Concessão Rodoviária Juiz de Fora-Rio (Concer) as imagens da via entre 20h e 22h de 24 de dezembro.