Líder de facção sai do Rio antes de megaoperação e é preso em São Paulo
Antônio de Jesus Cabral foi capturado após ser reconhecido por câmeras; ele liderava quadrilha de hackers que deu golpe de R$ 70 milhões

Derick Toda
Algemado e com as mãos para trás, o homem preso nessa sexta-feira (31) pela Inspetoria de Operações Especiais da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo é um criminoso foragido da Justiça do Rio de Janeiro e integrante de destaque da maior facção criminosa carioca, o Comando Vermelho (CV). Antônio de Jesus Cabral foi encontrado na região da 25 de Março, o maior centro de comércio popular da América Latina.
Em meio à multidão, ele teve o rosto reconhecido pelo sistema de câmeras inteligentes da capital. Os guardas foram acionados e conseguiram abordar o foragido, que já foi condenado a mais de 10 anos de prisão.
Segundo a GCM, Antônio liderava uma quadrilha de hackers especializada em fraudes de concursos públicos. O grupo oferecia cursos preparatórios com informações que sabiam que cairiam nas provas, causando um prejuízo estimado em quase R$ 70 milhões.
Antes de ser flagrado na 25 de Março, o criminoso estava hospedado em prédios de luxo no Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo, área conhecida por ser um dos redutos da facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
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A megaoperação que teria levado à fuga de Antônio aconteceu nos complexos da Penha, onde ele tinha um QG, e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. A ação contou com mais de 2,5 mil policiais e, segundo dados oficiais, terminou com 121 mortos, 113 suspeitos presos e 118 armas apreendidas.
A polícia agora investiga se o foragido recebeu informações privilegiadas antes da operação e se veio para São Paulo acompanhado de outros comparsas.
Em outra ação, mais uma liderança do CV foi presa em São Paulo. Conhecido como Gaspar, o criminoso foi capturado com o apoio de policiais do Maranhão. Ele tinha poder de decisão sobre o tráfico de drogas no estado e era presidente do chamado "tribunal do crime".
Gaspar estava foragido desde 2022, quando recebeu o benefício da saída temporária e não retornou à cadeia. Ele responde por homicídio, tráfico de drogas, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e roubo, somando mais de 40 anos de condenação.








