Após alto número de mortes, SP atende pedido do STF para uso de câmeras em operações policiais
Solicitação foi baseada em ação da Defensoria Pública do estado, que denunciou aumento da letalidade nas ações
O governo de São Paulo atendeu ao pedido do Supremo Tribunal Federal (STF) e se comprometeu a utilizar câmeras corporais em operações policiais. A solicitação foi baseada em uma ação da Defensoria Pública do estado, que alegou aumento da letalidade nas ações. No início do ano, por exemplo, a chamada Operação Verão deixou 56 mortos.
Segundo o governo de São Paulo, a implementação das câmeras corporais será feita de forma gradual, por questões orçamentárias. A previsão é que o edital de compra seja publicado em maio, concretizando a instalação até setembro deste ano. Todo o processo será acompanhado pelo Núcleo de Processos Estruturais e Complexos do STF.
“O uso das câmeras corporais é medida relevante para a execução da política pública de segurança. Os equipamentos protegem tanto cidadãos quanto os próprios policiais, já que coíbem abusos nas operações, protegem policiais de acusações infundadas e incentivam a adoção de comportamentos mais adequados”, disse o ministro Luís Roberto Barroso.
Aumento da letalidade
A ação da Defensoria Pública levou em consideração a Operação Verão, realizada no início do ano, na Baixada Santista. A ação, que durou quatro meses, foi iniciada logo depois do assassinato do policial da Rota Samuel Wesley Cosmo, que participava de um patrulhamento em Santos quando foi atingido por criminosos armados.
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Ao todo, a operação resultou em 1.025 prisões e 56 mortes. O número de vítimas ultrapassou o registrado pela Operação Escudo, realizada na mesma região em 2023, que deixou um saldo de 28 mortos em 40 dias. A ação foi iniciada após o assassinato de outro policial da Rota, o soldado Patrick Bastos Reis.