Governo Tarcísio anuncia fim da Operação Verão após 56 mortes
Ação na Baixada Santista, litoral sul de São Paulo, durou quatro meses e tinha objetivo de combater o crime organizado
A Operação Verão, ação da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) para combater o crime organizado, terminou nesta segunda-feira (1º). A ação durou quatro meses e resultou na morte de 56 pessoas. O anúncio foi feito na noite de hoje pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), por meio de nota.
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Segundo a SSP, o reforço de policiais do interior e da capital na Baixada Santista reduziu em 25,8% os roubos na região, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Desde dezembro do ano passado, mês do início da operação, 1.025 suspeitos foram presos, sendo que quase a metade (438) já era procurada pela Justiça, além de 47 menores apreendidos. As Polícias Civil e Militar informaram ter retirado das ruas 2,6 toneladas de drogas e ter apreendido 119 armas de fogo ilegais.
Com o fim da ação, a PM vai ampliar o efetivo de agentes na Baixada Santista, com 341 novos soldados, cabos e sargentos que passam a atuar na região. Também há previsão de aumento de policiais civis.
Letalidade policial
A Baixada Santista registrou o primeiro trimestre com o maior número de mortes causadas por policiais militares desde 2017: foram 79. Em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 15 pessoas morreram, o aumento foi de 427% na letalidade policial.
Isso significa que, a cada 27 horas, uma pessoa foi morta pela PM na região. O levantamento do SBT News foi feito com dados do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (GAESP) do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
O número expressivo de óbitos está diretamente relacionado à 3ª fase da Operação Verão, ação policial realizada na região desde a morte do soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Samuel Wesley Cosmo.
A Secretaria de Segurança Pública afirma que a operação teve como "objetivo asfixiar o crime organizado na Baixada Santista". Ainda de acordo com a SSP, "todos os casos [de mortes] são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento das respectivas corregedorias, Ministério Público e Poder Judiciário".