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Polícia

Adolescente de 14 anos que matou família era tranquilo e calado, diz tia

Pais e filho de 3 anos foram mortos enquanto dormiam; enterro acontece na tarde desta quinta (26)

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Os corpos da cabeleireira Inaila de Oliveira Freitas Teixeira, de 37 anos, do enfermeiro Antônio Carlos, de 45, e do filho do casal, Antônio Júnior, que faria quatro anos em julho, serão enterrados na tarde desta quarta-feira (26), em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro.

A família foi morta pelo filho mais velho, de 14 anos. O rapaz confessou o crime, segundo a polícia, e foi apreendido. Uma das tias de Antônio disse que o adolescente era uma pessoa tranquila. "Sossegado, calado, às vezes até calmo demais. Mas esperar isso dele, a gente não esperava", disse.

Ela contou que o sobrinho Antônio e a esposa estavam felizes. "Estavam vivendo o que queriam, ir à igreja, realizar o sonho deles. Foi interrompido de maneira muito trágica, não merecia isso, nem nós, os parentes. Muito triste".

Nas redes sociais, o casal compartilhava vídeos cantando juntos, mostrando o dia a dia em família, sempre embalados por música. Inaila mantinha um salão de beleza em casa. Antônio Carlos era enfermeiro e trabalhava em uma plataforma da Petrobras.

A família morava em Itaperuna. A gravidez do filho mais novo foi celebrada desde o início. Recentemente, o casal postou fotos da comemoração dos três anos do menino.

O irmão da criança foi apreendido em flagrante após confessar o crime. Segundo a polícia, ele matou os pais e o irmão a tiros enquanto dormiam no mesmo quarto. Os corpos foram encontrados em uma cisterna na residência.

Para cometer o crime, o adolescente utilizou o revólver do pai, que era atirador esportivo. A arma estava escondida debaixo do colchão.

Antes da descoberta, o adolescente chegou a inventar uma história para justificar o desaparecimento dos pais, dizendo que o irmão havia se machucado e os pais o levaram ao hospital. A versão não convenceu a polícia, que encontrou vestígios do crime e levou o jovem a confessar.

Encontro

Uma das hipóteses é que o garoto queria se vingar por não ter sido autorizado a viajar para encontrar uma suposta namorada, que teria conhecido por meio de jogos online. A polícia informou ainda que encontrou registros no celular do adolescente com pesquisas sobre "como receber FGTS de pessoas falecidas".

A vizinhança está em choque. Amigos e conhecidos relatam que a família sempre demonstrava afeto nas redes sociais, inclusive com o adolescente. Em uma publicação de aniversário de 11 anos, o pai o chamava de "companheirinho" e "amigão", descrevendo-o como filho amado, irmão cuidadoso e aluno exemplar.

Alessandra Vieira, vizinha e cliente de Inaila, comentou: “A convivência era cheia de carinho. Ele ligava, demonstrava muito afeto pelos pais”. Luciana Vieira, cuidadora do avô do garoto, afirmou: “Era tímido, sempre muito quieto, ficava sempre dentro de casa”.

Segundo a polícia, o que mais impressionou foi a frieza do adolescente durante os depoimentos. “Você conversa com ele e percebe. Ele é frio, tem um quê de psicopatia”, disse Carlos Augusto Guimarães, delegado responsável pelo caso.

Suposta namorada

A Polícia Civil de Mato Grosso informou que a adolescente que teria um relacionamento com o rapaz "foi identificada e será ouvida na delegacia de Água Boa".

"Não há mais detalhes a serem passados no momento para não atrapalhar o andamento das investigações, que são conduzidas pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro", completou.

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