Polícia faz operação para demolir prédios do tráfico na Rocinha (RJ)
Agentes do Rio e do Ceará encontraram cobertura com piscina e cozinha gourmet; uma das construções tinha 7 andares

Emanuelle Menezes
Uma operação conjunta realizada na manhã desta quinta-feira (26) mobilizou forças de segurança e de fiscalização do Rio de Janeiro e do Ceará para demolir três prédios construídos irregularmente pelo tráfico na comunidade da Rocinha, na zona sul da capital fluminense.
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Em um dos imóveis, os agentes encontraram uma cobertura com piscina, cozinha gourmet e uma geladeira repleta de bebidas. A vista da janela dava para o mar de São Conrado. Em outro, uma passagem secreta, que dava acesso à mata, foi encontrada. Erguidos na região da Dionéia, os edifícios serviam de esconderijo para criminosos ligados ao Comando Vermelho do Ceará e representavam risco de desabamento após o desmatamento de uma encosta. (Veja fotos dos imóveis abaixo).
Os prédios ocupavam cerca de 2 mil m² e tinham entre dois e sete andares. Apesar de construídos em área irregular e sem qualquer licença da Prefeitura, os imóveis apresentavam acabamento de alto padrão. Engenheiros da Prefeitura estimam que as construções tenham custado aproximadamente R$ 6 milhões aos responsáveis.
As estruturas foram utilizadas como abrigo por lideranças do tráfico cearense que fugiram para o Rio de Janeiro. Em 31 de maio, uma ação integrada entre os Ministérios Públicos e as polícias dos dois estados cumpriu ordens de prisão e busca contra esses criminosos. A polícia apreendeu armas, munição e drogas, mas nenhum dos alvos foi preso. Um drone da PM registrou a fuga de dezenas de traficantes armados e com roupas camufladas pela mata.

Nesta quinta, o policiamento na região foi reforçado por equipes do Comando de Operações Especiais (COE), do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha (UPP), que atuaram nos principais acessos à comunidade para garantir a segurança da operação.
Comandada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA/MPRJ) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e pela Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP), a operação contou com apoio da Polícia Militar do Estado do Rio (PMERJ), do Ministério Público do Ceará (MPCE), da Polícia Civil cearense, da Secretaria Municipal de Assistência Social e da RioLuz.
Veja fotos dos imóveis:



