Polícia conclui que adolescente que atacou escola no RS agiu sozinho
Jovem foi responsabilizado pela prática de atos infracionais análogos a um homicídio qualificado consumado e a 39 tentativas de homicídio

Camila Stucaluc
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu, na quarta-feira (17), o inquérito sobre o ataque a faca na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Nascimento Giacomazzi, no município de Estação. Segundo os investigadores, foi constatado que o adolescente de 16 anos responsável pelo crime agiu sozinho.
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“No curso da investigação, foram adotadas todas as diligências cabíveis, com a análise detalhada da dinâmica dos fatos, comportamento do criminoso, de seus deslocamentos, contatos, motivações. As apurações demonstraram que o ato foi praticado de forma isolada, sem a participação de terceiros, sendo uma iniciativa exclusiva do próprio autor”, disse a polícia.
Os investigadores optaram por não divulgar detalhes mais profundos da investigação devido ao processo judicial. Eles informaram, contudo, que o adolescente participava de comunidades online que abordavam o tema de ataques em escolas, ainda que de forma superficial, e que ele teria escolhido a instituição em Estação pela facilidade de cometer o crime, já que se tratavam de crianças.
O jovem foi responsabilizado pela prática de atos infracionais análogos a um homicídio qualificado consumado e a 39 tentativas de homicídio. Atualmente, ele está internado em um centro de atendimento socioeducativo no estado. A internação, que tem duração inicial de 45 dias, poderá ser estendida por decisão judicial, por até três anos. O caso seguirá para o Ministério Público do RS.
Relembre
O caso aconteceu no dia 8 de julho. Na data, o adolescente entrou na escola sob o pretexto de entregar um currículo. Dentro da instituição, o jovem retirou um facão da mochila e iniciou os ataques. Um aluno de nove anos, identificado como Vitor Kungel Gambirazi, foi morto, e outras duas pessoas ficaram feridas.
Devido ao ocorrido, as aulas em todas as escolas da rede municipal de ensino chegaram a ser suspensas temporariamente. Mães, pais e responsáveis se reuniram na cidade de Getúlio Vargas em protesto ao ataque. O grupo circulou pelas ruas em silêncio, segurando cartazes com pedidos por mais segurança nas escolas.
Pelas redes sociais, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, expressou solidariedade às famílias atingidas e aos funcionários da escola. Ele informou que mobilizou a Secretaria da Saúde para prestar apoio à comunidade escolar.
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“O que aconteceu não pode ser naturalizado, relativizado ou esquecido. Quero expressar minha solidariedade mais profunda às famílias atingidas, aos professores, alunos e profissionais da escola, e a cada morador da cidade. O Estado está presente para dar suporte, para proteger e para agir. Nada é mais urgente do que garantir que nossas crianças estejam seguras”, escreveu Leite.