Trump diz que Hamas pode responder a proposta final de cessar-fogo em até 24 horas
Hamas busca por garantias de que a nova proposta levará efetivamente ao fim da guerra

Marcos Marinho
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta sexta-feira (4), que a resposta do grupo militante palestino Hamas à proposta final de cessar-fogo com Israel pode ser conhecida nas próximas 24 horas. A iniciativa, segundo ele, seria um passo para encerrar o conflito na Faixa de Gaza.
Trump também revelou que manteve conversas com autoridades da Arábia Saudita sobre a ampliação dos Acordos de Abraão — tratados de normalização entre Israel e países árabes mediado por seu governo durante o primeiro mandato.
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Em declaração anterior, feita na última terça-feira (1º), Trump afirmou que Israel já teria aceitado os termos de um cessar-fogo de 60 dias com o Hamas, período durante o qual as negociações para encerrar a guerra seriam aprofundadas.
Questionado se o Hamas havia dado sinal verde ao acordo, o presidente norte-americano respondeu: “Vamos ver o que acontece. Saberemos em 24 horas.”
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Pelo lado do grupo armado, a aceitação do cessar-fogo passa por algumas questões, como por exemplo, a busca por garantias de que a nova proposta levará efetivamente ao fim da guerra. Já autoridades israelenses disseram que os detalhes do acordo ainda estão em discussão.
Enquanto isso, o conflito segue deixando vítimas. Dezenas de palestinos morreram em ataques israelenses na última quinta-feira (3), segundo autoridades de saúde locais.
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Diplomacia e os Acordos de Abraão
Trump também falou nesta sexta-feira (4) sobre os Acordos de Abraão ao comentar uma reunião com o ministro da Defesa da Arábia Saudita, príncipe Khalid bin Salman, ocorrida na Casa Branca.
“Foi um dos temas da conversa”, disse Trump. “Acho que mais países vão se juntar aos Acordos de Abraão”, afirmou, ao mencionar o impacto dos ataques realizados recentemente por EUA e Israel sobre o Irã.
A reunião entre Trump e a autoridade saudita acontece dias antes da visita do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington.
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Isarel x Hamas
A atual escalada começou em outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque em território israelense, matando 1.200 pessoas e sequestrando cerca de 250, conforme dados israelenses. Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva militar que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, já matou mais de 56 mil palestinos.
A campanha militar provocou uma crise humanitária sem precedentes, com a população de Gaza inteiramente deslocada e submetida à fome.
Um cessar-fogo anterior, que durou dois meses, foi rompido em 18 de março após ataques israelenses que deixaram mais de 400 palestinos mortos. No início deste ano, Trump sugeriu que os EUA assumissem o controle de Gaza, proposta amplamente condenada por especialistas em direitos humanos, pela ONU e por representantes palestinos, que a classificaram como uma tentativa de “limpeza étnica”.
*Com informações da Reuters