Rússia anuncia criação de dois novos exércitos para aumentar ofensiva na Ucrânia
Movimentação ocorre em meio ao enfraquecimento das tropas ucranianas
Camila Stucaluc
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou, nessa quarta-feira (20), que continuará fortalecendo o exército para avançar com a ofensiva na Ucrânia. Segundo o político, até o final do ano, Moscou irá reforçar as forças militares adicionando dois novos exércitos combinados e 30 novas formações, incluindo 14 divisões e 16 brigadas.
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"O agrupamento combinado de tropas continuará a acumular os sucessos alcançados e aumentar o impacto de fogo vivo em alvos inimigos", disse Shoigu.
A declaração do ministro ocorre poucos dias após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar que pretende estender os ganhos e invadir novas regiões da Ucrânia. O movimento acontece em meio ao enfraquecimento das tropas ucranianas, que sofrem com escassez de armas, sobretudo devido à queda nos envios militares do Ocidente.
O cenário fez com que as tropas russas voltassem a avançar, mesmo que lentamente, no campo de batalha, conquistando novas áreas. Entre elas está a cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, ocupada pelos russos em fevereiro. A retirada ucraniana representou o primeiro ganho territorial significativo para os soldados desde maio do ano passado.
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O temor de um avanço maior da Rússia ajuda a explicar os seguidos apelos do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para que o Ocidente forneça mais armas e apoio financeiro. "A tarefa comum atual do mundo é derrubar a fantasia doentia de Putin de ter tempo suficiente para continuar a guerra. É possível que ele intensifique a mobilização", disse o líder.