Novo ataque israelense a Gaza mata ao menos 27 pessoas nesta sexta (30)
Hamas analisava proposta de cessar-fogo quando bombardeio aconteceu, diz imprensa internacional

Giovanna Tuneli
Novo ataque aéreo israelense matou pelo menos 27 pessoas na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (30), disseram autoridades hospitalares locais ao jornal Al Jazeera. O Hamas analisava uma nova proposta de cessar-fogo, já aprovada por Israel, quando o bombardeio aconteceu.
Cerca de 20 palestinos, que estavam em busca de ajuda, foram baleados e feridos por tropas israelenses enquanto se aproximavam do novo ponto de distribuição aberto pela Fundação Humanitária de Gaza. O Exército de Israel emitiu ordens de evacuação forçada no norte da Faixa de Gaza, mas os moradores tiveram que esperar até o nascer do sol para fugir.
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A intensificação da campanha militar de Israel pode ser vista, segundo o Al Jazeera, como uma tentativa de pressionar o Hamas a responder a proposta de cessar-fogo. O enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio estava otimista esta semana sobre a negociação que poderia interromper a guerra, permitir mais ajuda em Gaza e devolver mais dos 58 reféns ainda mantidos pelo grupo palestino.
Veja momento em que o míssil atingiu prédio na Faixa de Gaza:
De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde em Gaza, divulgado nesta sexta, pelo menos 54.321 palestinos foram mortos desde o início da guerra, em outubro de 2023. Além disso, outros 123.770 ficaram feridos. "Várias vítimas permanecem sob os escombros e nas estradas, sem acesso às ambulâncias e equipes de defesa civil", afirmaram as autoridades.
A Unicef, agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos da criança, informou nas redes sociais que mais de 50 mil crianças palestinas foram mortas ou feridas durante os quase dois anos de confronto. "Uma criança a cada 20 minutos", escreveu a agência em uma postagem no X (ex-Twitter).
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Crise de fome em Gaza
Especialistas relataram que o bloqueio israelense de quase três meses em Gaza levou a população de aproximadamente 2 milhões de palestinos à beira da fome. Olga Cherevko, representante da ONU, informou que a crise de fome no local do confronto atingiu "níveis que nunca imaginamos serem possíveis".
"Níveis de desespero, níveis de fome e níveis de deterioração completa da dignidade humana", conta Cherevko à imprensa local.
O Hamas emitiu um pedido para que países árabes e muçulmanos enviem comboios de ajuda a Gaza, numa tentativa de pressionar Israel a fornecer ajuda aos palestinos. O grupo também pediu ao Conselho de Segurança da ONU que cumpra suas responsabilidades e interrompa a agressão.
"A situação humanitária na Faixa de Gaza está entrando em uma fase crítica como resultado de uma fome crescente e profunda, somada aos massacres brutais em andamento", revelou o grupo no comunicado.