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Israel faz disparos de advertência após confusão em centro de ajuda humanitária em Gaza

Tumulto aconteceu no complexo da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) na cidade de Rafah; palestinos voltaram a receber auxílio internacional depois de 3 meses

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O exército israelense fez disparos de advertência após milhares de palestinos invadirem um centro de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, na terça-feira (27). Os disparos partiram de tanques militares, enquanto helicópteros dispararam sinalizadores. Ao menos três pessoas ficaram feridas.

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A confusão aconteceu no complexo da Fundação Humanitária de Gaza (GHF) na cidade de Rafah, no sul de Gaza. O grupo iniciou as operações no enclave palestino nesta semana, após Israel voltar a permitir a entrada de ajuda humanitária na região. Ao todo, o bloqueio durou quase três meses.

Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) reconheceram que houve uma "perda de controle momentaneamente" durante a distribuição de alimentos, mas disseram que o exército “restabeleceu o controle". As tropas são responsáveis por fazer a segurança dos centros da GHF.

"O controle sobre a situação foi estabelecido, espera-se que as operações de distribuição de alimentos continuem conforme planejado e a segurança das tropas da IDF não foi comprometida", disseram os militares. “Uma nova área foi construída. As IDF continuam a facilitar a transferência de ajuda humanitária para Gaza porque nosso objetivo é claro: derrotar o Hamas, não prejudicar civis”, acrescentaram.

Desde que retirou o cerco imposto em Gaza, Israel tenta substituir as organizações humanitárias que atuam no enclave palestino, alegando que o Hamas interrompe as redes de abastecimento para lucrar com a ajuda. A atitude é duramente criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que diz que a GHF não se prepara para distribuir os itens e que o exército direciona a população “usando tiros”.

"Nós e nossos parceiros temos um plano detalhado, baseado em princípios e operacionalmente sólido, apoiado pelos Estados-membros para levar ajuda a uma população desesperada. Continuamos a enfatizar que uma ampliação significativa das operações humanitárias é essencial para evitar a fome e atender às necessidades de todos os civis onde quer que estejam", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.

Fome generalizada ameaça 100% da população

A crise humanitária em Gaza se agravou devido ao bloqueio de ajuda humanitária imposto por Israel. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, explicou que o cerco visava pressionar o grupo palestino a libertar os reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023.

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A ação foi duramente criticada pela comunidade internacional, que acusou Israel de violar o direito internacional. Apesar de retomar a entrada da ajuda, um relatório recente da Integrated Food Security Phase Classification (IPC) projetou que 100% da população do enclave palestino (cerca de 2,1 milhões de pessoas) pode enfrentar insegurança alimentar severa entre maio e setembro de 2025.

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