Política

Lula classifica 2026 como "ano da verdade" e diz que polarização impede que feitos do governo impactem pesquisas

Presidente também afirmou que ministros que deixarem Esplanada para concorrer nas eleições terão de mostrar de que lado estão

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17), na última reunião ministerial de 2025, que 2026 será "ano da verdade" para futuro do governo e que ministros que deixarem a Esplanada para concorrer a cargos nas eleições de 2026 terão de mostrar de que lado estão. O mandatário também opinou que polarização política no país, comparável, segundo ele, a rivalidades históricas no futebol, impede que feitos da gestão apareçam com mais força em pesquisas de opinião.

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Segundo apuração dos repórteres Murilo Fagundes e Hariane Bittencourt, do SBT News, junto a fontes do governo, 20 dos 38 ministros devem deixar governo até abril para disputa no pleito ano que vem. "Já anunciamos todas as políticas sociais que a gente tinha que anunciar", falou Lula. "Ano eleitoral vai ser ano da verdade."

"Temos de criar ideia da hora da verdade, pra mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos, qual foi a mudança que houve na economia, na educação, na saúde, nas políticas de inclusão de mulher, indígenas, quilombolas. Precisamos fazer com o que o povo saiba o que aconteceu nesse país", acrescentou Lula.

"Tenho impressão de que o povo ainda não sabe, que ainda não conseguimos narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer avaliação das coisas que aconteceram nesse país. Ano que vem é ano em que a gente tem oportunidade não só porque estaremos em disputa, mas porque cada ministro, cada partido de que vocês participam vai ter que estar no processo eleitoral e definir de que lado está. Será inexorável as pessoas terem definido discurso que vão fazer. Vão ter que defender aquilo que ele acha que pode elegê-lo", reforçou.

Lula compara polarização política a rivalidades do futebol

O presidente também avaliou que o governo termina 2025 "numa situação amplamente favorável, embora isso não apareça com força que deveria aparecer nas pesquisa de opinião pública". "Não aparece porque existe polarização no país. É como se fosse Corinthians e Palmeiras, Ceará e Fortaleza, Grêmio e Internacional, Atlético Mineiro e Cruzeiro, Flamengo e Vasco. Rivalidade em que ninguém muda de posição, a não ser em momentos extremos", completou, citando eleições.

Levantamento da Quaest divulgado nessa terça (16) mostrou empate técnico na avaliação do governo, com 49% de desaprovação e 48% de aprovação. Pesquisa também apontou liderança de Lula em todos os cenários eleitorais do próximo ano, com eventual vitória de 46% a 36% no segundo turno sobre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato à Presidência escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula ainda elogiou atuação de bancos públicos no crescimento de setores como agricultura e indústria, dizendo que "há décadas não faziam capacidade de investimento que estão fazendo agora". "Momento quase que ímpar na história desse país", opinou.

O mandatário também analisou feitos do governo em cenário que, segundo ele, "teoricamente analistas políticos achavam impossível acontecer", já que o Executivo não tem maioria na Câmara e no Senado para aprovar pautas. "Aconteceu pela persistência de cada um de vocês, pela capacidade de conversa que vocês tiveram, pela capacidade de argumentação", ressaltou.

"Falei pro Trump: 'Fica mais barato conversar, menos sofrido conversar, do que guerra'. Se a gente acreditar no poder do argumento, da palavra, a gente evita muita confusão na vida dos países", completou o presidente, mencionando aprovação de "coisas sagradas" em 2025, como ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês, medida que começa a valer em 2026.

Por fim, Lula disse acreditar o governo precisa fazer "muito mais". "Porque minha teoria é que dinheiro na mão do povo resolve o problema. Se tiver dinheiro na mão do povo, tá resolvido problema da industrialização, do consumo, da agricultura, da inflação. Na mão de todos, tá resolvido parte do trauma desse país. Verdade nua e crua é que acabamos com invisibilidade do povo pobre desse país, povo que só era reconhecido em época de eleição", comentou.

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