Montadora Jaguar Land Rover interrompe exportações para os Estados Unidos
Decisão é reflexo da nova tarifa de 25% imposta pelo governo Trump a produtos do Reino Unido; empresa espera que governo recue nos próximos 30 dias
SBT News
A montadora Jaguar Land Rover (JLR) afirmou neste sábado que vai suspender as remessas de carros fabricados no Reino Unido para os Estados Unidos (EUA) por um mês, enquanto considera como mitigar o custo das novas tarifas impostas por Donald Trump.
Carros e caminhões leves importados da empresa britânica estão sobretaxados em 25% desde a última quarta-feira (3).
“Os EUA são um mercado importante para as marcas de luxo da JLR. Enquanto trabalhamos para abordar os novos termos comerciais com nossos parceiros comerciais, estamos promulgando nossas ações de curto prazo, incluindo uma pausa nas remessas em abril, enquanto desenvolvemos nossos planos de médio a longo prazo”, afirmou uma fonte da empresa ao jornal The Guardian.
A Jaguar Land Land Rover, de propriedade da indiana Tata Motors, é uma das maiores produtoras de veículos no território britânico, vendendo 400 mil Range Rover Sports, Defenders e outros modelos anualmente. As exportações para os EUA representam quase um quarto dessas vendas.
Outra publicação britânica, o Sunday Times, informa que a JLR tem suprimento de carros já em território americano para os próximos meses, e que não estarão sujeitos às novas tarifas. O transporte de veículos através do Oceano Atlântico leva cerca de 21 dias.
Temor de desemprego
Ainda de acordo com o The Guardian, a interrupção nas exportações de veículos da Jaguar Land Rover aumenta o temor sobre o impacto do tarifaço de Trump sobre a indústria automobilística britânica, que emprega cerca de 200 mil pessoas na indústria. O thinktank do Instituto de Pesquisa de Políticas Públicas informou que mais de 25 mil empregos diretos estão em risco.
Segundo dados da Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Automóveis do Reino Unido, os EUA são o segundo maior importador de carros fabricados na Grã-Bretanha, depois da União Europeia , com uma participação de quase 20%.
