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Israel e Irã intensificam bombardeios após reunião de cessar-fogo na ONU terminar sem resolução

Ataques entre Israel e Irã são se intensificam; uma mulher israelense morreu em novo ataque iraniano contra Tel Aviv na noite desta sexta-feira (13)

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Israel e Irã continuam trocando ataques aéreos em meio à crescente tensão no Oriente Médio na noite desta sexta-feira (13).

Em resposta às ofensivas israelenses, o Irã disparou cerca de 150 mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém. Imagens da agência de notícias Associated Press mostram explosões atingindo as duas maiores cidades israelenses.

No X, antigo Twitter, o Exército de Israel informou que boa parte do país está sob alerta para possíveis novos ataques. A população foi orientada a permanecer em bunkers — espaços subterrâneos que protegem contra bombardeios.

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No território iraniano, há novos registros de bombardeios em Teerã, capital do país, e no Aeroporto de Mehrabad. O espaço aéreo de ambos países foi fechado.

Até o momento, cerca de 78 pessoas foram mortas e cerca de 320 ficaram feridas em Teerã. Do lado israelense, uma mulher não identificada morreu em bombardeio contra a cidade de Tel Aviv, e outras 60 ficaram feridas.

O conflito começou na noite de quinta-feira (12), quando a ofensiva de Israel atingiu bases militares iranianas. Logo depois, o Irã respondeu disparando uma enxurrada de mísseis.

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No início desta sexta-feira (13), o conflito havia perdido força, principalmente devido à mobilização de líderes mundiais que passaram a concentrar esforços diante da situação no Oriente Médio, em escalada rumo a um possível embate nuclear. No entanto, no fim do dia, novos confrontos foram registrados.

Uma reunião de emergência foi convocada pelo Conselho de Segurança da ONU para encontrar uma resolução de cessar-fogo — que não aconteceu.

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Entenda o motivo de Israel começar os ataques

Em razão do avanço científico e da estrutura nuclear iraniana, além do impasse nas negociações nucleares entre Teerã e os Estados Unidos, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou o primeiro ataque aéreo ainda na quinta-feira (12), na tentativa de conter o avanço militar do país vizinho.

Os EUA e o Irã negociavam um acordo que poderia levar à suspensão de sanções econômicas em troca da limitação do programa nuclear iraniano.

Os ataques aconteceram após o fracasso dessas negociações. Por isso, Israel voltou a acusar o Irã de desenvolver armas nucleares em locais subterrâneos e reforçou que o país está prestes a obter seu primeiro artefato nuclear.

Os bombardeios israelenses tiveram como alvo infraestruturas nucleares, incluindo as instalações de Natanz, um dos principais centros de enriquecimento de urânio do Irã.

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Inicialmente, os Estados Unidos negaram envolvimento no ataque israelense. No entanto, mais tarde, o governo norte-americano reconheceu a ação de Benjamin Netanyahu como autodefesa.

Além disso, confirmou que estruturas de defesa norte-americanas foram utilizadas para bloquear a retaliação iraniana.

Durante a reunião de emergência na ONU, o enviado especial de Donald Trump afirmou que, caso alguma base militar dos Estados Unidos seja atingida, o Irã sofrerá as consequências.

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, mantém a mesma postura de seus opositores e se posiciona contra um cessar-fogo.

Ali Khamenei acusou Israel de ter iniciado uma guerra e afirmou que o governo israelense cometeu “um grande erro”.

“A nação iraniana não permitirá que o sangue de seus valiosos mártires fique sem vingança, nem ignorará a violação de seu espaço aéreo”, declarou.

Uma nova reunião na ONU deve ser marcada para que as negociações de cessar-fogo sejam retomadas. Ainda não há data marcada.

Reação internacional

Após os ataques israelenses contra alvos iranianos, os Estados Unidos, aliados de Israel, posicionaram navios de guerra na região para proteger suas bases militares e também as instalações israelenses, diante da possibilidade de novas retaliações por parte do Irã.

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Na Europa, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, classificou os bombardeios como preocupantes e pediu que todas as partes envolvidas recuem e evitem o agravamento da crise.

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu o direito de Israel à autodefesa e responsabilizou o Irã por desestabilizar a região.

No continente asiático, o governo chinês condenou os ataques israelenses, incentivou a redução da violência e se ofereceu para mediar negociações entre as partes.

O governo brasileiro também condenou os ataques israelenses.

"Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades", diz um trecho da nota publicada pelo Itamaraty.

Prefeitos brasileiros que estão em Israel para participar de uma feira internacional de tecnologia tiveram que se abrigar em bunkers após presenciarem bombardeios no território.

Os prefeitos viajaram para Israel para participar da Expo Muni Israel 2025, uma feira internacional de tecnologia para gestão pública.

O evento estava previsto para acontecer entre os dias 17 e 19 de junho e esperava reunir autoridades de várias partes do mundo. Com os recentes ataques, não foi divulgado se as datas serão mantidas.

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Entre os políticos que estão no país está o prefeito de Belo Horizonte (MG), Álvaro Damião (União Brasil). Ele relatou ao jornal Estado de Minas que viveu momentos de tensão em Israel durante a madrugada desta sexta-feira (13), quando sirenes soaram por conta de ataques israelenses ao Irã.

Conheça os lugares alvos dos ataques israelene

Com base em informações da Associated Press, o SBT News explica quais são as bases iranianas que despertam a atenção de Israel.

Natanz

Alvo principal e que sofreu mais danos, a instalação nuclear de Natanz, localizada a cerca de 220 quilômetros a sudeste de Teerã, é o principal centro de enriquecimento de urânio do Irã.

Parte da estrutura fica em uma área subterrânea no Planalto Central, protegida contra ataques aéreos. No local, operam múltiplas cascatas de centrífugas que enriquecem urânio de forma acelerada.

O Irã também avança com obras na montanha Kūh-e Kolang Gaz Lā (ou Montanha Pickax), próxima à cerca sul da instalação. Natanz já foi alvo do vírus Stuxnet — supostamente criado por Israel e EUA — que danificou centrífugas iranianas. Dois ataques de sabotagem também foram atribuídos a Israel.

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Fordo

Localizada a cerca de 100 quilômetros a sudoeste de Teerã, a instalação de Fordo também abriga cascatas de centrífugas. Menor que Natanz, Fordo foi construída sob uma montanha e é protegida por baterias antiaéreas, parecendo planejada para resistir a ataques.

Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), sua construção começou em 2007, mas o Irã só comunicou oficialmente a existência da base em 2009, após sua descoberta por serviços de inteligência dos EUA e países aliados.

Usina nuclear de Bushehr

A única usina nuclear comercial do Irã fica em Bushehr, no Golfo Pérsico, a cerca de 750 quilômetros ao sul de Teerã.

A construção começou na década de 1970, sob o governo do xá Mohammad Reza Pahlavi. Após a Revolução Islâmica de 1979, a obra foi interrompida por ataques na Guerra Irã-Iraque. A Rússia, aliada do Irã, concluiu o projeto anos depois.

Reator Arak

O reator de Arak está situado a 250 quilômetros a sudoeste de Teerã. Ele utiliza água pesada para resfriamento, o que gera plutônio como subproduto — material que pode ser usado em armas nucleares.

Isso ofereceria ao Irã outra via para produzir uma bomba, além do uso de urânio enriquecido. No acordo nuclear de 2015, o Irã se comprometeu a redesenhar a instalação para mitigar riscos de proliferação.

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Centro de Tecnologia Nuclear de Isfahan

Em Isfahan, a 350 quilômetros a sudeste da capital, fica uma instalação com milhares de cientistas nucleares. O centro abriga três reatores de pesquisa e laboratórios com colaboração chinesa, todos integrados ao programa atômico do país.

Reator de Pesquisa

O Reator de Pesquisa de Teerã está localizado na sede da Organização de Energia Atômica do Irã. Ele foi fornecido pelos Estados Unidos em 1967, durante a Guerra Fria, como parte do programa “Átomos para a Paz”.

Inicialmente, usava urânio altamente enriquecido, mas foi adaptado para funcionar com urânio de baixo enriquecimento devido a preocupações com proliferação nuclear.

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