Irmã de Milei no centro de investigação: entenda o que está em jogo para o presidente da Argentina
Escândalo de propinas abala governo de Javier Milei às vésperas das eleições de meio mandato na Argentina

SBT News
com informações da Reuters
A poucos meses das eleições legislativas de meio de mandato na Argentina, o presidente Javier Milei enfrenta um escândalo que ameaça atingir altos funcionários do governo e sua irmã, a secretária presidencial Karina Milei. A investigação gira em torno de um suposto esquema de propinas.
O caso tem potencial de provocar uma crise maior do que a que Milei enfrentou quando foi denunciado por golpe financeiro após divulgar uma criptomoeda na rede social X, antigo Twitter. Na época, o valor do ativo chegou a US$ 5 e caiu para menos de US$ 1 em poucas horas.
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Gravações de áudio obtidas pela mídia local mencionam Karina como destinatária de pagamentos ilegais. Nos áudios, uma voz semelhante à de Diego Spagnuolo, chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), discute casos de suborno no órgão.
Spagnuolo foi demitido por Milei, embora autoridades do governo ainda não confirmem a autenticidade das gravações. O chefe de gabinete, Guillermo Francos, disse que, segundo Milei, Spagnuolo jamais mencionou o suposto suborno.
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O escândalo já repercute nos mercados financeiros: nessa segunda-feira (25), os títulos internacionais da Argentina em dólar atingiram mínimas de vários meses, enquanto ações e o peso registraram queda.
Em um comício em Junín, no noroeste da província de Buenos Aires, Milei não comentou diretamente o escândalo. Durante a apresentação de candidatos do partido La Libertad Avanza, pediu aplausos para a irmã, que o acompanhava na agenda.
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O presidente também acusou o kirchnerismo de "gerar caos e instabilidade". Milei quer usar as eleições de meio mandato para ampliar a presença do La Libertad Avanza no Congresso, atualmente controlado pela oposição e onde ele enfrentou um revés político recente.
Na ocasião, o Congresso derrubou um veto de Milei a lei que declarava estado de emergência no setor da deficiência e destinava mais recursos à área, contrariando a agenda de cortes do presidente.