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Gâmbia quer voltar a legalizar mutilação genital feminina

Prática foi proibida no país em 2015. Segundo a ONU, mais da metade das mulheres do país foram submetidas ao procedimento, que pode levar até mesmo à morte

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Os legisladores na Gâmbia votaram a favor de uma medida que revoga a proibição da mutilação genital feminina no país. O projeto agora será enviado a um comitê para análise antes da votação final.

A decisão gera temores entre ativistas que lutam pelo fim da prática no país majoritariamente muçulmano. Eles alertam que o fim da proibição prejudicaria anos de trabalho contra um procedimento frequentemente realizado em meninas com menos de 5 anos, na crença de que controlará sua sexualidade.

A mutilação genital feminina inclui a remoção parcial ou total da genitália externa, muitas vezes por profissionais da comunidade tradicional com ferramentas como lâminas de barbear ou, por vezes, por profissionais de saúde. Pode causar hemorragias graves, morte e complicações no parto, mas continua a ser uma prática generalizada em partes de África.

Segundo o parlamentar Almameh Gibba,que apresentou o projeto de lei, a proibição de 2015 viola os direitos do cidadão de praticar sua cultura e religião.

Para Jaha Dukureh, fundadora do Safe Hands for Girls, associação dedicada a auxiliar mulheres que foram submetidas a mutilação genital, a revogação pode fazer com que outras leis criadas para proteger às mulheres também sejam revertidas.

“Se conseguirem esta revogação, sabemos que poderão vir atrás da lei do casamento infantil e até da lei da violência doméstica. Não se trata de religião, mas do ciclo de controle das mulheres e dos seus corpos”, disse ela à agência Associated Press

Segundo dados das Nações Unidas, mais da metade das mulheres e jovens com idades entre os 15 e os 49 anos na Gâmbia foram submetidas ao procedimento.

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