França e Alemanha ampliam serviço militar em meio à tensão com Rússia
Governo francês lança novo programa de alistamento para formar 50 mil jovens até 2035, e Alemanha quer dobrar reservistas oferecendo atrativos financeiros
SBT News
O temor de possíveis ações da Rússia na Europa tem levado vários países a reforçar seus exércitos. A França, segunda maior potência militar do continente, lançou hoje um novo programa de alistamento militar voluntário
Em cerimônia, com toque de nacionalismo, o presidente Emmanuel Macron reforçou o alerta para novos tempos. “O medo não vai evitar o perigo. A única maneira de evitá-lo é se preparar para ele”, disse o presidente francês.
A meta do governo é treinar cinquenta mil jovens até 2035. “E esse número pode ser ajustado com base na evolução das ameaças”, avisou Macron.
O modelo francês tem inspiração em outras iniciativas adotadas na Europa. Na Bélgica, por exemplo, o exército lançou campanhas com apelo aventureiro e empoderador, incentivando o envolvimento de jovens. Um dos inscritos afirmou que busca “curiosidade e fortalecimento físico e intelectual” por meio da experiência militar. O sucesso da proposta levou mais de mil interessados a disputar as primeiras vagas disponíveis no país.
Alerta para novos tempos
Nos últimos anos, diversos países europeus têm reforçado suas estratégias de defesa. Em pelo menos nove nações, o serviço militar já é obrigatório, demonstrando o aumento da preocupação com a segurança no continente. A percepção de que um conflito além das fronteiras da Ucrânia não é mais improvável impulsiona essa movimentação.
Além disso, cresce o consenso de que as nações não podem confiar inteiramente dos Estados Unidos pode ser arriscada. A proximidade do ex-presidente Donald Trump com Vladimir Putin e declarações polêmicas envolvendo territórios estratégicos, como a Groenlândia, reforçam o alerta europeu para fortalecer suas próprias defesas.
Na Alemanha, o governo pretende dobrar o número de reservistas treinados, atualmente em 100 mil, oferecendo atrativos financeiros para incentivar adesões. A partir do próximo ano, todos os homens de 18 anos deverão se alistar, passando por exames médicos. Embora o treinamento continue opcional, autoridades já consideram torná-lo obrigatório caso o número de voluntários não atenda às expectativas.
Com essas iniciativas, a Europa demonstra uma postura cada vez mais firme diante das novas dinâmicas de poder globais e busca preparar sua juventude para enfrentar os desafios geopolíticos que se aproximam.









