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Putin diz que texto de EUA e Ucrânia pode formar base de futuro acordo de paz

"Vemos que o lado americano leva em conta nossa posição", afirmou presidente da Rússia, ponderando que alguns pontos ainda precisam ser discutidos

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Vladimir Putin em Bishkek, no Quirguistão | 27/11/2025/Sputnik/Alexander Kazakov
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O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (27) que as linhas gerais de um esboço de plano de paz discutido pelos Estados Unidos e pela Ucrânia podem se tornar a base de futuros acordos para acabar com o conflito na Ucrânia, mas que, caso contrário, a Rússia continuaria lutando.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, há muito tempo diz que quer acabar com a guerra na Ucrânia, o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial, mas seus esforços até agora, incluindo uma cúpula com Putin no Alasca em agosto, não trouxeram paz.

Um plano de paz dos EUA com 28 pontos vazado surgiu na semana passada, assustando as autoridades ucranianas e europeias que sentiram que ele se curvava às principais exigências de Moscou em relação à Otan, ao controle de Moscou de um quinto da Ucrânia e às restrições ao Exército ucraniano.

As potências europeias, então, apresentaram sua contraproposta de paz e, em conversações em Genebra, os EUA e a Ucrânia disseram que haviam criado uma "estrutura de paz atualizada e refinada" para acabar com a guerra.

Putin, falando em Bishkek após uma reunião de cúpula com os líderes de um grupo de ex-repúblicas soviéticas, disse aos repórteres que as discussões até o momento não se referiam a um projeto de acordo de qualquer tipo, mas a conjuntos de questões.

Ele disse que em Genebra, os EUA e a Ucrânia decidiram dividir os 28 pontos em quatro componentes separados – e que uma cópia foi transmitida a Moscou.

"Em geral, concordamos que isso pode ser a base para futuros acordos", afirmou Putin. "Vemos que o lado americano leva em conta nossa posição."

Putin disse que algumas coisas ainda precisam ser discutidas. Se a Europa quisesse uma promessa de não atacá-la, então a Rússia estava disposta a fazer essa promessa formal, disse ele, embora tenha acrescentado que era "um completo absurdo" sugerir que a Rússia atacaria a Europa.

Escolha é guerra ou paz, diz Putin

Putin misturou uma clara expressão pública de disposição para se envolver com o governo Trump em um possível plano de paz sobre a Ucrânia com vários avisos de que a Rússia estava preparada para lutar, se necessário, e tomar mais da Ucrânia.

As forças russas controlam mais de 19% da Ucrânia, ou 115.600 km², 1 ponto percentual a mais do que há dois anos, e avançaram em 2025 no ritmo mais rápido desde 2022, de acordo com mapas pró-ucranianos.

Putin observou que a Rússia estava sendo informada de que deveria cessar os combates, mas precisava que as forças de Kiev recuassem antes que pudesse fazê-lo.

"As tropas ucranianas devem se retirar dos territórios que ocupam, e então os combates cessarão. Se eles não saírem, então conseguiremos isso por meios armados. É isso", disse Putin.

Putin disse que considerava a liderança ucraniana ilegítima e que, portanto, era legalmente impossível assinar um acordo com Kiev.

Portanto, é importante, segundo ele, garantir que qualquer acordo seja reconhecido pela comunidade internacional – e que a comunidade internacional reconheça os ganhos russos na Ucrânia.

"Portanto, em termos gerais, é claro que, em última instância, queremos chegar a um acordo com a Ucrânia. Mas, neste momento, isso é praticamente impossível. Impossível legalmente", disse Putin.

Ele disse que a península da Crimeia, que a Rússia anexou da Ucrânia em 2014, e a região oriental de Donbas deveriam ser um tópico para discussões com os EUA.

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, planeja visitar Moscou no início da próxima semana, disse Putin. As sanções dos EUA às empresas petrolíferas russas foram inesperadas, acrescentou.

Comentando sobre o vazamento de uma gravação de uma ligação entre os principais assessores de Trump e Putin, o chefe do Kremlin rejeitou a sugestão de que Witkoff havia se mostrado tendencioso em relação a Moscou nas negociações de paz sobre a Ucrânia, descrevendo-a como um absurdo.

"Seria surpreendente se ele... despejasse maldições sobre nossas cabeças, fosse muito rude e depois chegasse para desenvolver laços conosco", disse Putin sobre Witkoff, apresentando-o como um patriota que defende os interesses dos EUA.

(Reportagem de Vladimir Soldatkin)

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