Ex-premiê de Israel sugere abordagem alternativa ao Hamas: "Seria mais inteligente dizer que não iríamos brigar"
Ataque de Israel a uma escola da ONU que abrigava civis na Faixa de Gaza deixou pelo menos 40 mortos nesta quinta-feira (06)
Um ataque de Israel a uma escola da ONU que abrigava civis na Faixa de Gaza deixou pelo menos 40 mortos nesta quinta-feira (06). Entre as vítimas, estavam 14 crianças e nove mulheres.
Israel afirma que tinha como alvo integrantes do Hamas que estavam escondidos na escola. A ONU não confirma essa informação.
A alguns quilômetros dali, em Jerusalém, a marcha dos ultradireitistas que celebravam a tomada da cidade em 1977 terminou em confusão. Ao menos 18 pessoas foram presas.
Em Tel Aviv, nesta quinta-feira (06), o jornalista do SBT, Thiago Ferreira, entrevistou o ex-premiê israelense Ehud Olmert, que esteve no cargo entre 2006 e 2009. Questionado sobre o que faria de diferente em Gaza se estivesse no poder hoje, o ex-premiê respondeu:
“Acho que teria sido mais inteligente se Israel, depois dos ataques de outubro do ano passado, tivesse dito ao Hamas: ‘não vamos brigar. Tragam todos os reféns de volta, rápido’. Eram cerca de 240. E acertaríamos as contas algum dia”, disse.
O presidente americano Joe Biden está na França. A expectativa é pelo anúncio de qualquer avanço prático em relação ao acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, anunciado há alguns dias. Já o chefe da agência das Nações Unidas para refugiados palestinos disse que ataques às instalações da ONU não podem ser o novo normal.
Acordo de cessar-fogo
Na última semana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou uma proposta de cessar-fogo. O plano de cessar-fogo de Biden é composto por três fases, que engloba a libertação de reféns pelo Hamas, a retirada dos soldados israelenses de Gaza e o fim das hostilidades. Por fim, a proposta prevê meios para a reconstrução de Gaza.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o acordo. Ele apenas reforçou que Israel não acabará com a guerra até que o Hamas seja “completamente destruído”.
A proposta, no entanto, já provocou tensão no governo israelense. Os ministros das Finanças, Bezalel Smotrich, e da Segurança Nacional, Ben Gvir, ameaçaram renunciar e derrubar a coalizão governamental de Netanyahu caso o acordo seja aceito. Eles defendem que o plano de Biden é “imprudente” e representa “uma vitória para o terrorismo”.