Netanyahu ameaça “ação muito forte” na fronteira com o Líbano
Premiê visitou a região nesta quarta-feira (5)
Jerusalém - Acompanhado de oficiais do exército israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu visitou a região de fronteira entre Israel e o Líbano nesta quarta-feira (5). Em Kiryat Shmona, bem ao norte do país, Netanyahu disse: “ontem, a terra estava queimando aqui e estou feliz que os bombeiros tenham conseguido apagar as chamas. Mas o chão também estava pegando fogo no Líbano. Quem acha que vai nos machucar e que vamos ficar de braços cruzados está cometendo um grande erro. Estamos preparados para uma ação muito forte no norte. De uma forma ou de outra, vamos restaurar a segurança”, prometeu o premiê.
A troca de hostilidades entre as partes aumentou consideravelmente na última semana. Foguetes do Hezbollah atingiram áreas de floresta israelenses e o fogo, que consumiu uma parte extensa da região de fronteira, demorou dois dias para ser controlado.
Netanyahu estava sofrendo pressão dos integrantes mais radicais da coalizão governista, como o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, a agir com firmeza contra o Hezbollah.
Enquanto a situação na fronteira norte se deteriora, na Faixa de Gaza não há avanço. Lideranças do Hamas disseram que só aceitarão um acordo para libertação dos sequestrados se Israel se comprometer, de forma clara, com um cessar-fogo permanente e a retirada total das tropas — o que, na prática, representaria o fim da guerra. Mas o governo israelense reitera que o conflito só termina após a eliminação do Hamas. Essa paralisia prejudica os civis, dos dois lados: ao mesmo tempo, em que faz aumentar a angústia nos parentes dos cerca de 120 reféns mantidos em Gaza, que só queriam dormir com a notícia de que seus familiares estão voltando a Israel, com ou sem vida, também não tira o alvo da cabeça de milhares de palestinos, que só queriam encerrar a noite sabendo que vão poder acordar vivos amanhã.
*O editor de Internacional do SBT viajou a Israel, com outros jornalistas brasileiros, a convite da organização não-governamental StandWithUs Brasil.