Publicidade

Gabinete de guerra de Israel se reúne pra discutir tensão com o Hezbollah

SBT News esteve na região de fronteira com o Líbano, alvo de ataques do grupo extremista

Gabinete de guerra de Israel se reúne pra discutir tensão com o Hezbollah
De acordo com Israel, extremistas xiitas do sul do Líbano recebem em torno de US$ 700 bilhões de dólares anuais dos Irã | Thiago Ferreira/SBT
Publicidade

Tefen, Israel* - As atenções de boa parte do mundo estão voltadas, há meses, para as operações do exército de Israel na Faixa de Gaza. Mas, enquanto a guerra contra o Hamas provoca a morte de milhares de palestinos em seu próprio território, uma outra frente de batalha, mais silenciosa, é vista como um ponto de atenção por estudiosos do assunto.

“Um conflito com o Hezbollah é uma ameaça maior ao nosso país. Eles são mais bem preparados, melhor treinados e têm armas em maior quantidade e precisão do que o Hamas”, diz Avraham Levine, representante do Alma Center, uma instituição educacional e de pesquisa localizada na Galiléia, a poucos quilômetros do território libanês.

Lavigne destaca que o Hezbollah, além de possuir um braço armado relativamente poderoso, também tem atuação política e social. O partido do grupo extremista tem relevância discreta, com menos de 15% de representação no parlamento do Líbano.

“O Hezbollah é, na verdade, um grande ativo para o Irã. O grupo é usado pelo regime do país para pressionar Israel e irritar o Ocidente”, diz o pesquisador, que afirma que os extremistas xiitas do sul do Líbano recebem em torno de US$ 700 bilhões de dólares anuais de financiamento dos iranianos. O governo do Irã não confirma oficialmente os dados, que foram revelados publicamente pelo ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.

Força bélica

Segundo a imprensa israelense, o Hezbollah já lançou mais de cinco mil foguetes e drones contra o país desde o começo da guerra em Gaza, em outubro do ano passado. A imensa maioria dos ataques é neutralizada pelo sistema de defesa antiárea de Israel.

De acordo com os dados divulgados pelo Alma Center, o grupo libanês possui atualmente cerca de 150 mil morteiros, 65 mil foguetes de curta distância, 5 mil mísseis guiados de média e outros 5 mil de longa distância, além de 2,5 mil drones. Levine disse aos jornalistas brasileiros que visitaram o cento de pesquisa que o Hezbollah não atacou Israel ainda mais fortemente porque não quer se colocar no papel de opressor e começar uma guerra de fato — agindo, por enquanto, nos campos da ameaça e da provocação.

Mas já é o suficiente para gerar movimentações políticas em Israel nesta terça-feira (04). Ministro do gabinete de guerra do governo, Benny Gantz convocou uma reunião de emergência para discutir a situação na região norte do país.

Em resposta, um alto integrante do Hezbollah afirmou que o grupo “não quer uma guerra ampla com Israel, mas está pronto para lutá-la.”

Cidades vazias

Algumas cidades israelenses na fronteira com o Líbano estão esvaziadas desde outubro — quando, na esteira dos ataques do Hamas, houve também o aumento das hostilidades entre as Forças de Defesa Israelenses e o Hezbollah. Cerca de 60 mil moradores do norte do país tiveram que sair de casa.

Na noite desta segunda-feira, bombeiros da região, com reforço do exército israelense, combateram focos de incêndio florestais causados por foguetes e drones lançados pelo Hezbollah. Os ataques de Israel ao sul do Líbano são, segundo os porta-vozes do exército do país, uma resposta às iniciativas do grupo libanês e têm como alvo pontos estratégicos da infraestrutura usada pelos extremistas.

Mas, não raramente, os bombardeios provocam danos em áreas civis, como no caso da família brasileira atingida no último sábado. Fatima Boustani e dois dos filhos dela ficaram feridos na ação, atribuída aos israelenses e condenada pelo Itamaraty.

*O editor de Internacional do SBT, Thiago Ferreira, viajou a Israel com um grupo de jornalistas brasileiros a convite da organização não-governamental StandWithUs Brasil

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Israel
Hamas
Hezbollah
Guerra
Oriente Médio
Palestina
Irã

Últimas notícias

Dudu, ídolo do Palmeiras, morre aos 84 anos

Dudu, ídolo do Palmeiras, morre aos 84 anos

Ex-jogador estava internado havia um mês, segundo clube paulista
"The New York Times", "Wall Street Journal" e "The Economist" pedem que Biden desista de candidatura

"The New York Times", "Wall Street Journal" e "The Economist" pedem que Biden desista de candidatura

Dificuldade do presidente americano no primeiro debate contra Trump gera preocupações
Gamescom: São Paulo recebe maior evento de games do mundo pela primeira vez

Gamescom: São Paulo recebe maior evento de games do mundo pela primeira vez

A feira, que acontece até este domingo (30), espera receber mais de 100 mil pessoas
"Taxa das blusinhas": Receita Federal alerta empresas para informar consumidores na compra

"Taxa das blusinhas": Receita Federal alerta empresas para informar consumidores na compra

Apesar de só começar a valer no dia 1º de agosto, a taxação de mercadorias internacionais, de até US$ 50, pode afetar compras feitas ainda no final de julho
Massacre de Paraisópolis: audiência começa ouvir defesa de PMs e familiares das vítimas fazem protesto

Massacre de Paraisópolis: audiência começa ouvir defesa de PMs e familiares das vítimas fazem protesto

Ainda não foi decidido se os PMs acusados serão julgados. Em frente ao Fórum, familiares das vítimas se reuniram com faixas com pedidos de Justiça
Milei consegue aprovação da Lei de Bases no Congresso da Argentina

Milei consegue aprovação da Lei de Bases no Congresso da Argentina

Pacote aprovado vai permitir a privatização de algumas empresas e dará mais liberdade ao governo na gestão fiscal e administrativa
Veja quem são os membros do PCC que mataram os responsáveis pelo plano de sequestrar Moro

Veja quem são os membros do PCC que mataram os responsáveis pelo plano de sequestrar Moro

Criminosos foram assassinados após falha na missão de sequestrar autoridades; crime escancara problemas graves mesmo em penitenciária de segurança máxima
Conta de luz volta a ter cobrança de taxa extra após mais de dois anos

Conta de luz volta a ter cobrança de taxa extra após mais de dois anos

A partir de julho, a Aneel aciona a bandeira amarela e o consumidor terá de pagar R$ 1,88 por cada 100 kWh consumidos
Ministras de Lula visitam Pantanal em meio a queimadas crescentes

Ministras de Lula visitam Pantanal em meio a queimadas crescentes

Incêndios atingiram mais de 61 mil hectares do bioma nesta semana e seguem mesmo após proibição do manejo de fogo
Em Lisboa, Moraes reforça decisão final do STF sobre anistia aos presos de 8 de janeiro

Em Lisboa, Moraes reforça decisão final do STF sobre anistia aos presos de 8 de janeiro

No último dia do Fórum de Lisboa, o ministro também falou sobre a necessidade de regulamentar as redes sociais e big techs
Publicidade
Publicidade