Universidades federais perdem quase R$ 500 milhões no Orçamento de 2026, diz Andifes
Entidade alerta para impacto em custeio, assistência estudantil e risco ao funcionamento das instituições após cortes aprovados pelo Congresso


Jessica Cardoso
O orçamento das universidades federais sofrerá um corte total de R$ 488 milhões em 2026, segundo avaliação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) sobre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovado pelo Congresso Nacional.
A análise da entidade, publicada em nota nesta terça-feira (23), indica que a redução corresponde a 7,05% dos recursos discricionários, destinados a despesas não obrigatórias, como pagamento de água, luz, bolsas acadêmicas, insumos de pesquisa e aquisição de equipamentos.
Inicialmente, o PLOA previa R$ 6,89 bilhões para as 69 universidades federais no próximo ano. Com as mudanças feitas durante a tramitação no Legislativo, o valor foi reduzido para cerca de R$ 6,43 bilhões. Para a Andifes, os cortes "agravam um quadro já crítico" enfrentado pelas instituições.
Em nota, a entidade afirmou que as reduções "atingiram todas as ações orçamentárias essenciais ao funcionamento da rede federal de ensino superior" e ocorreram de forma desigual entre as universidades.
A associação também disse que, sem recomposição, o Orçamento de 2026 ficará nominalmente abaixo do executado em 2025, desconsiderando inflação e reajustes contratuais obrigatórios.
"A situação é ainda mais grave no que se refere à assistência estudantil, área estratégica para a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Apenas nessa ação, o corte alcançou aproximadamente R$ 100 milhões, o equivalente a uma redução de 7,3%, comprometendo diretamente a implementação da nova Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES)", disse.
A associação alertou ainda que o cenário se soma a restrições orçamentárias recentes em órgãos de fomento, como a Capes e o CNPq, ampliando os riscos para as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
"A Andifes reconhece e valoriza o diálogo mantido com o Ministério da Educação, que tem demonstrado sensibilidade em relação à gravidade do cenário orçamentário. No entanto, reafirma que os cortes aprovados pelo Congresso Nacional exigem ações imediatas de recomposição, sob pena de comprometer o funcionamento regular das Universidades Federais e limitar o papel estratégico dessas instituições no desenvolvimento científico, social e econômico do país", afirmou.







