EUA: Trump completa um mês de governo com 44% de aprovação
Popularidade do republicano diminuiu devido à insegurança econômica; eleitores criticam 'tarifaço'
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Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, completa um mês de governo nesta quinta-feira (20). Segundo pesquisa da Reuters/Ipsos, o republicano está com 44% de aprovação, índice inferior ao registrado no último estudo (45%). Em relação ao nível de desaprovação, o número chega a 51% – alta de cinco pontos percentuais.
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No geral, a baixa na popularidade de Trump foi causada pela insegurança econômica, uma vez que o presidente anunciou uma série de taxas para importações. A última delas envolveu a compra de aço e alumínio de outros países, incluindo do Brasil.
Dos 4.145 entrevistados, 54% disseram se opor às novas tarifas sobre produtos importados de outros países, enquanto 41% se disseram a favor das medidas. Cerca de 53% dos participantes afirmaram achar que a economia está no “caminho errado”, o que diminuiu a aprovação pública da administração econômica do republicano: 43% para 39%.
Por outro lado, Trump aparece com uma taxa relativamente alta em relação à sua política de imigração. 47% dos entrevistados disseram apoiar sua abordagem, que inclui a deportação em massa de imigrantes ilegalmente, bem como uma ordem executiva que encerra a garantia constitucional de cidadania por nascimento no país.
“America First”
No seu primeiro mês de governo, Trump fortaleceu a política “America First” (América em primeiro lugar, na tradução livre), priorizando os Estados Unidos em diferentes setores, como economia e relações exteriores. Isso se deu a partir da assinatura de dezenas de decretos, muitos deles revogando medidas impostas pela gestão de Joe Biden.
Muitas medidas foram assinadas logo no primeiro dia de governo. Entre elas está o perdão aos acusados pela invasão ao Capitólio, o pacote para combater a imigração ilegal, a imposição de tarifas para Canadá, México e China, a criação do Departamento de Eficiência Governamental, e a demissão de servidores federais para cortar gastos.
No cenário internacional, Trump aprovou a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Acordo de Paris e de agências das Nações Unidas (ONU). O republicano ainda se envolveu nas negociações entre Israel e Hamas, auxiliando as partes a chegarem a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
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O diálogo entre Ucrânia e Rússia também recebeu a atenção de Trump. Diferente do conflito em Gaza, contudo, as negociações foram iniciadas apenas com Washington e Moscou, excluindo Kiev, o que gerou preocupação ao governo de Volodymyr Zelensky. A Europa também demonstrou apreensão, pedido inclusão no diálogo.