Trump culpa Ucrânia por guerra com Rússia e diz que país poderia ter feito acordo
Declaração do republicano foi feita após Kiev reclamar de ter sido excluído das negociações de paz
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Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a Ucrânia de iniciar a guerra contra a Rússia, dizendo que o país poderia ter feito um acordo para evitar a invasão. A declaração foi dada na terça-feira (18), após o governo ucraniano reclamar de ter sido excluído das negociações de paz feitas entre Washington e Moscou.
"Ouvi dizer que eles [ucranianos] estão chateados por não terem um assento [na mesa de negociações]. Bem, eles tiveram um assento por três anos e muito tempo antes disso. Isso poderia ter sido resolvido com muita facilidade”, disse Trump. “Eles nunca deveriam ter começado. Eles poderiam ter feito um acordo”, acrescentou o presidente.
Apesar da alegação de Trump, a Ucrânia não iniciou a guerra. No dia 24 de fevereiro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou os militares a invadirem o país vizinho, com a justificativa de proteger os separatistas russos no leste ucraniano. O líder também afirmou que queria “desmilitarizar” e “desnazificar” os ucranianos.
Inicialmente, Rússia e Ucrânia tinham o diálogo aberto. Poucos meses depois, as negociações foram congeladas, sendo retomadas, em parte, apenas este ano por interferência de Trump. O diálogo, contudo, é feito apenas por representantes russos e norte-americanos, o que deixou o governo ucraniano preocupado.
“Não podemos aceitar, como um país independente, quaisquer acordos feitos sem nossa participação. Deixei claro que qualquer negociação bilateral sobre a Ucrânia, sem a presença da Ucrânia, não será aceita”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reiterando que a prioridade para seu país são as “garantias de segurança”.
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A apreensão também atinge potência europeias. Na segunda-feira (17), a França sediou uma cúpula de emergência para debater a mudança na abordagem dos Estados Unidos em relação ao conflito e os riscos associados à segurança do continente europeu. Os líderes voltaram a pedir inclusão nas negociações, alegando que a participação é necessária para garantir a “paz justa e duradoura” tanto na Ucrânia, como no continente europeu.