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"Compartilhamos a mesma luta", afirma Gisèle Pelicot após condenação do ex-marido

Francesa virou símbolo do combate à violência sexual ao tornar público julgamento do ex-marido por dopá-la por uma década para que homens pudessem estupra-lá

Imagem da noticia "Compartilhamos a mesma luta", afirma Gisèle Pelicot após condenação do ex-marido
Gisèle Pelicot fala com a imprensa após julgamento histórico na França | AP Photo/Lewis Joly
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Gisèle Pelicot, francesa dopada pelo marido por quase uma década para que estranhos pudessem estuprar-lá, falou pela primeira vez após a conclusão do julgamento que durou três meses e a transformou em um símbolo da luta feminista.

"Compartilhamos a mesma luta", disse ela em suas primeiras palavras após o tribunal na cidade de Avignon, no sul da França, proferir sentenças que variaram de três a 20 anos de prisão para o marido e os cúmplices.

Dominique Pelicot foi condenado a 20 anos de prisão por drogá-la, estuprá-la e permitir que outros a violentassem, enquanto registrava os ataques. A sentença, a máxima prevista pela lei francesa, implica que ele poderá passar o resto da vida na prisão, já que não poderá pedir liberdade condicional antes de cumprir pelo menos dois terços da sentença.

+ "Sou uma mulher totalmente destruída", diz Gisèle Pelicot, que foi dopada pelo marido e estuprada por vários homens

A francesa afirmou estar pensando em seus netos após suportar mais de três meses de audiências judiciais que abordaram quase uma década de estupros e outros abusos infligidos por seu ex-marido e seus cúmplices. "É também por eles que travei essa luta", disse, referindo-se aos netos.

O julgamento também condenou 50 dos 51 acusados, com penas variando de 3 a 15 anos, sendo que alguns réus tiveram parte da pena suspensa. Ativistas acompanharam as decisões do lado de fora do tribunal, aplaudindo as sentenças proferidas.

Dominique Pelicot admitiu que, por anos, colocou tranquilizantes em alimentos e bebidas dados à sua então esposa para que ele e estranhos recrutados pela internet pudessem abusar dela enquanto filmava os ataques.

O caso gerou mobilizações contra a cultura do estupro e trouxe novos apelos por políticas mais rigorosas de combate à violência sexual na França. Pelicot renunciou ao anonimato e insistiu em audiências abertas, o que a transformou em um ícone na luta contra o abuso sexual no país e no mundo.

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