Cardeais se reúnem para segundo dia de conclave no Vaticano
Votação secreta para eleger novo papa terá sessões de manhã e à tarde na Capela Sistina
Camila Stucaluc
Os 133 cardeais responsáveis por escolher o sucessor do papa Francisco – falecido no dia 21 de abril – entram no segundo dia de conclave nesta quinta-feira (8). O resultado da primeira votação, que acontece na Capela Sistina, no Vaticano, foi anunciado na tarde de quarta-feira (7), mostrando que os religiosos não chegaram a um consenso sobre quem será o novo líder da Igreja Católica.
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Ao todo, são necessários pelo menos dois terços dos votos (89) para eleger o novo líder da Igreja Católica. No primeiro dia, apenas uma rodada de votação foi realizada. Agora, os cardeais votam duas vezes pela manhã e duas à tarde. Caso tenham dificuldade para chegar a um consenso após três dias seguidos, a votação é suspensa por um dia, para uma pausa de oração e debate livre.
O processo pode se repetir outras vezes se os clérigos não conseguirem eleger um novo papa por sete votações consecutivas. Já caso não cheguem a um consenso após 24 votações, podem decidir por maioria absoluta como proceder. O papa pode, então, ser eleito por maioria simples.
A chaminé é um dos principais símbolos do processo. Ao final de cada votação, as cédulas são queimadas com um produto químico que produz ou fumaça preta – indicando que não houve consenso entre os cardeais – ou fumaça branca – confirmando a escolha de um novo papa. Na quarta-feira (7), cerca de 45 mil pessoas esperaram o resultado na Praça de São Pedro. A fumaça foi preta.
Veja o cronograma de votação de hoje
- 5h30 (horário de Brasília) – Fim da primeira votação; só haverá fumaça se o papa for eleito
- 7h00 (horário de Brasília) – Fim da segunda votação, caso não haja consenso, a fumaça preta sairá da chaminé
- 12h30 (horário de Brasília) – Fim da terceira votação, só haverá fumaça se o papa for eleito
- 14h00 (horário de Brasília) – Fim de mais uma votação, caso não haja consenso, a fumaça preta sairá da chaminé
A expectativa é que a votação dure de dois a três dias, segundo cardeais que participam da eleição. Os conclaves que elegeram Francisco, em 2013, e Bento XVI, em 2005, por exemplo, foram concluídos em apenas dois dias. Até a decisão, os cardeais permanecem em isolamento no Vaticano.
São apontados como possíveis sucessores de Francisco o cardeal italiano Pietro Parolin, que foi secretário de Estado do Vaticano e principal conselheiro do antigo pontífice, o cardeal filipino Luis Antonio Gokim Tagle e o cardeal congolês Fridolin Ambongo Besungu. O húngaro Peter Erdo, o italiano Angelo Scola e o brasileiro Dom Sérgio da Rocha também são listados como favoritos.
Habemus papam
Ao ser eleito, último da ordem dos Cardeais diáconos convoca o mestre das Celebrações Litúrgicas e o secretário do Colégio Cardinalício. Ao recém-eleito será questionado em latim: "Aceita a sua eleição canônica como Sumo Pontífice?”. Em caso afirmativo, será perguntado, também em latim, “Como quer ser chamado?” – momento em que o clérigo escolhe seu nome pontifício.
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No final do Conclave, o novo Pontífice se retira para a “Sala das Lágrimas”, ou seja, a sacristia da Capela Sistina, onde vestirá pela primeira vez os paramentos papais, com os quais se apresentará à multidão de fiéis na Praça São Pedro. Após a oração e homenagem dos cardeais, o conclave é oficialmente encerrado. Em seguida, o anúncio da eleição, o Habemus papam e a aparição do novo papa.