Ataque foi resposta a agressão de Israel e "assunto pode ser considerado concluído", diz Irã
Missão iraniana nas Nações Unidas prometeu resposta "consideravelmente mais severa" se Israel cometer "outro erro"; países e ONU condenaram ataque
A Missão Permanente do Irã para as Nações Unidas em Nova York reforçou, na noite deste sábado (13), que o ataque iraniano a Israel realizado hoje foi uma resposta à ofensiva israelense contra o consulado do Irã em Damasco, na Síria, na última semana.
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"Conduzida com base no Artigo 51 da Carta das Nações Unidas relativo à defesa legítima, a ação militar do Irã foi em resposta à agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco. O assunto pode ser considerado concluído", escreveu a missão iraniana no X (antigo Twitter).
O comunicado acrescenta, porém, que se Israel cometer "outro erro", a resposta do Irã "será consideravelmente mais severa". "É um conflito entre o Irã e o regime israelense desonesto, do qual os EUA DEVEM FICAR LONGE!", conclui.
Mais cedo, após o ataque iraniano ter início, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Adrienne Watson, disse que o apoio do país norte-americano à segurança de Israel "é inflexível". "Os EUA estarão ao lado do povo de Israel e apoiarão a sua defesa contra estas ameaças do Irã".
Países e ONU condenam ataque
Reino Unido, Canadá, Alemanha e França condenaram neste sábado o ataque iraniano a Israel, que envolveu drones e mísseis.
O secretário-geral das Nações Unidas, Atónio Guterres, também se manifestou contrariamente à ofensiva.
"Condeno veementemente a grave escalada representada pelo ataque em grande escala lançado esta noite contra Israel pela República Islâmica do Irã. Apelo à cessação imediata destas hostilidades", pontuou, em nota.
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Guterres se disse "profundamente alarmado com o perigo muito real de uma escalada devastadora em toda a região". "Exorto todas as partes a exercerem a máxima contenção para evitar qualquer ação que possa levar a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Oriente Médio".
Ele conclui dizendo que tem ressaltado repetidamente "que nem a região nem o mundo podem permitir-se outra guerra".
Na noite deste sábado, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari, disse que a "grande maioria" dos mísseis lançados pelo Irã foram intercptados fora das fronteiras de Israel. Entretanto, a ofensiva com mísseis deixou alguns feridos, inclusive em uma base militar no sul do território israelense, onde houve "pequenos danos nas infraestruturas".
"Durante as últimas horas, dezenas de aeronaves hostis foram identificadas e interceptadas, juntamente com dezenas de mísseis de cruzeiro que se dirigiram a Israel vindos do Irã", acrescentou Hagari.
EUA derrubam drones
De acordo com a Associated Press, autoridades dos Estados Unidos disseram que as forças militares americanas abateram alguns dos drones lançados pelo Irã em direção a Israel.
Um vídeo publicado pela Agência de Notícias da República Islâmica no início da noite deste sábado mostra drones iranianos no céu da Cisjordânia.
Bolsonaro cancela live
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia anunciado que faria uma live, na noite deste sábado (13), em que conversaria com o empresário Elon Musk, dono do X. Teria início às 21h30. Entretanto, Bolsonaro informou depois o adiamento, em "virtude do conflito Irã/Israel". Não há uma nova data e horário ainda.
Na mensagem em que anuncia a remarcação, Bolsonaro ressalta ainda que caso seu passaporte tivesse sido liberado, estaria hoje em Israel. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a devolução do passaporte no mês passado.