Biden promete legislação sobre aborto como prioridade em janeiro de 2023
Presidente norte-americano espera que democratas continuem no controle do Congresso para aprovar medida
Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que terá como prioridade, em janeiro, um projeto legislativo que garanta o direito ao aborto no país. A ação, no entanto, acontecerá apenas caso os democratas controlem assentos suficientes no Congresso para aprovar a matéria, uma vez que, em novembro, acontecem as eleições de meio de mandato.
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"Quando a decisão foi tomada, eu disse que isso não pararia com o direito de escolha das mulheres. Respeito a opinião de todos sobre isso, as decisões pessoais de cada um, mas estamos falando de contracepção aqui, não deveria ser tão controverso. O Congresso deve garantir as proteções da Roe de uma vez por todas", disse Biden.
A jurisprudência Roe v. Wade, que garantia o direito ao aborto no país, foi derrubada pela Suprema Corte em junho deste ano, fazendo com que cada estado ficasse responsável pela legalização do procedimento. Desde a data, governos como o de Indiana e da Carolina do Norte restabeleceram a proibição do aborto.
"Aqui está a promessa que faço ao povo americano: o primeiro projeto de lei que enviarei ao Congresso será para codificar Roe v. Wade. E quando o Congresso aprovar, assinarei em janeiro, 50 anos depois que Roe foi decidido pela primeira vez", disse Biden, acrescentando que o projeto ainda é um grande "se".
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Para cumprir a promessa, os democratas teriam que manter o controle da Câmara e conseguir mais assentos no Senado. O cenário, contudo, é desafiador, já que o governo de Biden está enfrentando uma grande insatisfação dos eleitores, sobretudo devido à situação econômica no pós-pandemia.