Cientistas cobram mudança do nome "varíola dos macacos"
Iniciativa teria como objetivo evitar "visão discriminatória e estigmatizante"
Camila Stucaluc
Cientistas internacionais, incluindo membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), estão cobrando uma mudança no nome da doença "varíola dos macacos", que vem registrando um aumento explosivo no número de casos. Segundo os especialistas, o objetivo não é alterar o nome do vírus, mas das diferentes cepas.
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No início do mês, mais de 30 cientistas, a maioria deles africanos, publicaram uma carta aberta exigindo a mudança de nomenclatura para que "não seja discriminatória nem estigmatizante". Levando em consideração que, desde maio, uma nova versão do vírus circula pelo mundo, a variante deveria ser denominada como hMPXV.
Após uma onda inicial de infecções na África, onde a doença já é conhecida, 96% dos novos casos foram detectados em países não endêmicos, sobretudo no continente europeu. Até o momento, foram notificadas 2,1 mil ocorrências da varíola dos macacos este ano, atingindo moradores de 40 nações.
No Brasil, outros dois casos da doença foram notificados, totalizando 11 infecções no país. Ambas as infecções tratam-se de moradores de São Paulo, que estiveram na Europa recentemente. Segundo o Ministério da Saúde, os homens estão em isolamento, mas apresentam quadro clínico estável e sem complicações.
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A varíola dos macacos foi descoberta por cientistas dinamarqueses, na década de 1950, em macacos enjaulados em um laboratório. Posteriormente, a doença foi transmitida para seres humanos, resultando em sintomas como febre, dor de cabeça, calafrios, cansaço e erupções cutâneas.