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Justiça

Dino manda Polícia Federal concluir em até 90 dias investigação sobre propinas a Renan Calheiros

Inquérito se baseia em delações da Lava Jato que sugerem que senador teria recebido dinheiro de empresas em troca de benefícios no fundo

Imagem da noticia Dino manda Polícia Federal concluir em até 90 dias investigação sobre propinas a Renan Calheiros
Ministro Flávio Dino mantém investigações sobre propinas a Renan Calheiros | Reprodução
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Polícia Federal (PF) conclua em até 90 dias uma investigação sobre supostas propinas pagas ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), relacionadas ao fundo de pensão Postalis, instituto de previdência dos Correios.

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A investigação se baseia em delações da operação Lava Jato que sugerem que Calheiros teria recebido dinheiro de empresas em troca de benefícios no fundo. A defesa do senador pediu o arquivamento do inquérito, alegando "direito fundamental à duração razoável do processo".

Segundo a defesa, o tempo de investigação, que soma sete anos, não avança e causa desgaste. Ela também cita que já houve 14 prorrogações. No entanto, Dino rejeitou o pedido, afirmando que a complexidade do caso justifica o tempo prolongado e que ainda há etapas pendentes.

Dino também cita que a investigação envolve crimes "supostamente cometidos por intermédio de estruturas organizadas, de maneira oculta ou disfarçada", aponta. Para o ministro, o direito à duração razoável do processo é aplicado tanto ao réu quanto à vítima, conforme a Corte Interamericana de Direitos Humanos.

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Dino afirmou que o abuso de tempo só seria evidenciado em casos extremos e que a investigação, nesse caso, embora prolongada, não ultrapassou os limites de razoabilidade. Ele finalizou dizendo que, para evitar esse abuso, é preciso concluir as diligências pendentes dentro de 90 dias, afirmando que essa será a "última prorrogação". Depois disso, o processo será revisado novamente.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se posicionou contra o arquivamento. De acordo com a PGR, o caso ainda precisa de mais apurações para “um juízo adicional e mais abrangente sobre os fatos investigados".

Dessa forma, a decisão do ministro Dino mantém o caso ativo, com a expectativa de que a PF finalize o inquérito dentro do prazo estipulado.

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O senador Renan Calheiros nega qualquer envolvimento com o esquema e classifica as acusações como infundadas. A conclusão das investigações deverá esclarecer se houve, de fato, recebimento de propina por parte do parlamentar.

Caso de favorecimento a farmacêutica

Recentemente, a Polícia Federal indiciou Renan Calheiros por suposto favorecimento de interesses da farmacêutica Hypera Pharma em um projeto de lei que tramitou no Senado Federal.

Além de Calheiros, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e o o ex-congressista Romero Jucá (MDB-RR) também foram alvos de indiciamento.

Em nota ao SBT News, a farmacêutica Hypera Pharma informou que "finalizou em 2020 apurações internas sobre irregularidades ocorridas entre 2013 e 2015" e que o "assunto foi concluído mediante a celebração de acordo de leniência em 2022" no âmbito de um desdobramento da Lava Jato.

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