Perícia conclui que assinatura de laudo usado por Marçal para atacar Boulos é falsa
Documento mostra divergência em assinatura do médico e erros em documento, que candidato do PRTB divulgou contra adversário do PSOL
Perícia do Instituto de Criminalística de São Paulo feita neste sábado (5) concluiu que é falsa a assinatura do laudo divulgado por Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, para atacar o adversário Guilherme Boulos (PSOL).
"É falsa a imagem da assinatura em nome do médico "José Roberto de Souza", lançada no receituário objeto de exame, (...) posto que tal assinatura não apresenta as mesmas características gráficas dos exemplares observados nos documentos descritos no capítulo "Padrões de Confronto", conclui o laudo pericial do IC, da Polícia Civil Paulista.
Marçal publicou vídeo, neste sábado (5), em redes sociais da internet, em que novamente acusa Boulos de ser usuário de cocaína e ter sido internado em uma clínica em surto psicótico. O candidato apresentou o documento que comprovaria a acusação e foi punido pela Justiça Eleitoral e passou a ser investigado.
Boulos alegou à Justiça que o laudo médico apresentado por Marçal "é falso". O Tik Tok, o Youtube e o Instagram tiraram o conteúdo do ar. Marçal disse que não era autor do laudo e apenas publicou, durante o dia, em São Paulo.
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O laudo do IC divulgado nesta noite de sábado (5) pelo governo paulista aponta a falsidade no documento divulgado por Marçal. Assinado por três peritos criminais, o documento mostra divergências no traçado da assinatura.
"Quanto à qualidade de traçado, a principal divergência reside na velocidade de execução da assinatura questionada, cujo desenvolvimento é mais lento que o modelo oferecido. No que diz respeito aos elementos genéricos, a dissociação incide no grau de habilidade gráfica, na inclinação da escrita, no andamento gráfico, nos valores angulares e curvilíneos", trecho de laudo pericial do IC da Polícia Civil de São Paulo.
O documento destaca ainda erros no número da carteira de identidade de Boulos registra, com um dígito a mais. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso por indício de falsificação.