PF abre inquérito para apurar indício de falsificação em publicação de Pablo Marçal
Investigação ocorre após publicação ter sido retirada das redes sociais por meio de liminar
A Polícia Federal está investigando a publicação de Pablo Marçal (PRTB) na sexta-feira (4) por indício de falsificação. Nela, o candidato tentar ligar o também candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína. O inquérito foi instaurado na Superintendência Regional em São Paulo neste sábado (5) e confirmada pelo jornalismo do SBT
Mais cedo, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo determinou, a retirada dos vídeos publicados nas plataformas Instagram, TikTok e YouTube por Marçal.
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A decisão foi emitida a partir de uma representação feita pela campanha de Boulos, que pedia a suspensão imediata nas redes sociais de Marçal da publicação por indício de falsificação.
Além disso, a campanha solicitou à Justiça Eleitoral a proibição da criação de novos perfis até o fim das eleições municipais, além da aplicação de multa.
“Há plausibilidade nas alegações [dos autores da representação], envolvendo não apenas a falsidade do documento, a proximidade do dono da clínica onde o documento foi gerado com o requerido Pablo Marçal, o fato de o documento médico ter sido assinado por um profissional já falecido e a data em que os fatos foram divulgados, justamente na antevéspera do pleito”, registrou o juiz da 2ª Zona Eleitoral, Rodrigo Marzola Colombini.
O candidato do PRTB tem que apresentar sua defesa em dois dias.
A campanha de Boulos relata na ação que o suposto laudo médico tem o número errado do RG de Boulos, e também apresentou fotos do candidato no dia da suposta internação e provas de sua participação em live nas próprias redes naquela mesma data.
Ainda segundo o candidato do Psol, o médico que assina o documento morreu em 2022. O CRM do profissional está inativo.
"Além da ação eleitoral, a campanha está tomando medidas nas esferas criminal e cível por Falsificação de Atestado Médico (art.302 CP), Uso de Documento Falso (art.304 CP), Disseminação de Informação Inverídica em período eleitoral (art.322 Código Eleitoral), Calunia, Difamação e Injuria Eleitoral (arts.324,325 e 326 Código Eleitoral) e Associação Criminosa (art.288 CP)", diz a nota da campanha psolista.
Desde o início dos debates entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Marçal tenta associar Boulos ao uso de cocaína. As alegações foram sempre negadas pelo político do Psol.
No último encontro, organizado pela TV Globo, Boulos chegou a apresentar um exame toxicológico negativo quando, mais uma vez, Marçal trouxe o assunto à tona.
Entre as medidas, a campanha do psolista pediu às plataformas de redes sociais Instagram, TikTok e YouTube a remoção do conteúdo falso e a suspensão das contas vinculadas ao candidato do PRTB.
A ação também pede que todos os documentos sejam enviados ao Ministério Público Eleitoral para que sejam aplicadas as medidas cabíveis no âmbito eleitoral, criminal, além de multas.