Publicidade
Economia

PIB da China cresce 5,2% no 2º trimestre, mesmo com tarifas de Trump

No primeiro semestre, a produção industrial do país também registrou alta em relação ao ano anterior

Imagem da noticia PIB da China cresce 5,2% no 2º trimestre, mesmo com tarifas de Trump
China | Reprodução
,
Publicidade

A economia da China desacelerou menos do que o esperado no segundo trimestre, em uma demonstração de resiliência contra as tarifas dos Estados Unidos, embora analistas alertem que a demanda fraca no país e os riscos crescentes do comércio global podem aumentar a pressão sobre Pequim para que implemente mais estímulos.

De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (15), o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% entre abril e junho em relação ao ano anterior, desacelerando ante os 5,4% do primeiro trimestre, mas um pouco acima das expectativas dos analistas em uma pesquisa da Reuters de avanço de 5,1%.

+ China critica tarifas dos EUA sobre o Brasil como ferramenta de "intimidação"

Na comparação trimestral, o PIB cresceu 1,1% no período, conforme dados do Escritório Nacional de Estatísticas, em comparação com uma previsão de aumento de 0,9% e um ganho de 1,2% no trimestre anterior.

Até o momento, a segunda maior economia do mundo evitou uma desaceleração acentuada em parte devido a medidas de apoio e porque as fábricas aproveitaram a trégua comercial entre os EUA e a China para antecipar as remessas, mas investidores estão se preparando para um segundo semestre mais fraco, uma vez que as exportações perderam força, os preços continuam a cair e a confiança do consumidor permanece baixa.

Cenário

Autoridades enfrentam uma tarefa difícil para atingir a meta de crescimento anual de cerca de 5% – uma meta que muitos analistas consideram ambiciosa, dada a deflação arraigada e a fraqueza da demanda interna.

+ Tarifaço: taxa imposta por Trump ao Brasil é "injustificada" para 62%, diz pesquisa AtlasIntel

"Apesar de um primeiro semestre forte, as perspectivas devem se deteriorar no segundo semestre, à medida que a antecipação das exportações diminui e o impacto das tarifas dos EUA se torna mais visível", disse Wei Yao, economista do Société Générale.

"A fraqueza renovada nos preços das casas e o impacto cada vez menor dos subsídios também lançam dúvidas sobre a sustentabilidade da recuperação do consumo", acrescentou.

Pequim aumentou os gastos com infraestrutura e os subsídios ao consumidor, juntamente com afrouxamento monetário. Em maio, o Banco Central do país cortou as taxas de juros e injetou liquidez como parte de esforços para amortecer a economia do impacto das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.

Alguns analistas acreditam que o governo poderá aumentar os gastos com déficit se o crescimento desacelerar acentuadamente.

+ Decreto que regulamenta Lei de Reciprocidade é publicado pelo governo

Observadores e analistas da China afirmam que o estímulo, por si só, pode não ser suficiente para combater as pressões deflacionárias arraigadas, com os preços ao produtor caindo em junho em seu ritmo mais rápido em quase dois anos.

Zichun Huang, economista da China na Capital Economics, disse que os dados do PIB "provavelmente ainda exageram a força do crescimento".

Produção industrial

Os dados econômicos do país também apontaram que no primeiro semestre deste ano, a produção industrial de valor agregado das empresas acima do tamanho designado da China cresceu 6,4% em relação ao ano anterior, com a produção da mineração subindo 6%, a manufatura subindo 7% e a produção e o fornecimento de eletricidade, aquecimento, gás e água aumentando 1,9%.

Já a fabricação de equipamentos e a manufatura de alta tecnologia registraram crescimento mais forte, de 10,2% e 9,5%, respectivamente.

Somente em junho, a produção industrial cresceu 6,8% em relação ao ano anterior e 0,50% em relação ao mês anterior, com o índice de gerentes de compras (PMI) da indústria subindo 0,2 ponto percentual, para 49,7%.

Os investidores estão atentos a sinais de novos estímulos na próxima reunião do Politburo, prevista para o final de julho, que provavelmente definirá a política econômica para o restante do ano.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade