O fim da era Buffett? Oráculo de Omaha já disse que se aposentar é pior do que a morte
Buffett ainda permanecerá como presidente do Conselho; em maio, comunicou a seus acionistas que deixaria o cargo de CEO


Exame.com
Warren Buffett está a poucos dias de deixar o cargo de CEO da Berkshire Hathaway. Mas, aos 95 anos, ele está longe de se afastar da empresa: o Oráculo de Omaha permanecerá como presidente do Conselho. A aposentadoria está distante.
Em 1996, durante a reunião anual da Berkshire, Buffett afirmou que a ideia de se aposentar era "impensável" para ele: "Isso seria o pior. Acho que a morte seria a segunda pior opção."
Desde que comunicou aos acionistas, em maio, seus planos de saída da presidência executiva, Buffett deixou claro que seguirá presente no dia a dia da companhia e que ainda pode contribuir com seu sucessor, Greg Abel.
Em entrevista ao The Wall Street Journal, ele afastou qualquer ideia de inatividade, afirmando que não pretende passar o tempo em casa sem fazer nada e que seus interesses seguem inalterados.
"Não vou ficar em casa assistindo novelas", disse Buffett após sua grande revelação. "Meus interesses continuam os mesmos."
Na carta de Ação de Graças, Buffett contou que continua indo à sede da Berkshire, em Omaha, cinco vezes por semana. Segundo ele, ainda surgem ideias relevantes e, ocasionalmente, oportunidades de negócios chegam até sua mesa.
Essa dedicação contínua não surpreende. Desde que assumiu o controle da Berkshire, em 1965, Buffett conduziu a transformação da empresa, que deixou de ser uma indústria têxtil em dificuldades para se tornar um dos maiores conglomerados do mundo, com negócios como Geico e NetJets e participações expressivas em companhias abertas como Coca-Cola e Kraft Heinz.
Em uma reunião anual no ano 2000, Buffett já havia destacado o privilégio de trabalhar ao lado de pessoas em quem confiava e admirava, ressaltando a liberdade de conduzir o trabalho da forma que considerava correta.
Anos depois, em 2012, reforçou que alocar o capital da Berkshire — tanto internamente quanto em investimentos externos — era uma das atividades mais prazerosas que poderia exercer, comparando o processo à liberdade criativa de um artista e destacando o clima positivo entre os colegas.
Buffett afirma há décadas que a aposentadoria não lhe atrai e que prefere continuar trabalhando o máximo de tempo possível.
"Berkshire é meu primeiro amor e um amor que jamais se apagará", escreveu ele em sua carta aos acionistas de 1991, lembrando que, quando um aluno lhe perguntou quando planejava se aposentar, ele respondeu: "Cerca de cinco a dez anos depois da minha morte".








