Economia

Papai Noel chegou: Wall Street bate recordes em pregão antes do Natal

S&P 500 e Dow Jones atingem máximas históricas em sessão encurtada, com mercado de trabalho resiliente e menor volatilidade

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Wall Street: bolsas tiveram alta nesta quarta-feira (24) | Greg Pease/Getty Images

As bolsas de valores em Wall Street fecharam em alta nesta quarta-feira (24), em uma sessão de baixo volume antes do feriado de Natal. Os principais índices renovaram recordes históricos, apoiados por dados que indicam um mercado de trabalho ainda resiliente e por expectativas de que o Federal Reserve possa cortar os juros ao longo de 2026.

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O S&P 500 encerrou o pregão aos 6.932,12 pontos, com alta de 0,32%, enquanto o Dow Jones avançou 0,60%, para 48.731,81 pontos. Já o Nasdaq Composite subiu 0,22%, aos 23.613,31 pontos. Foi a quinta sessão consecutiva de ganhos para os três índices.

Início do chamado rali de fim de ano

A alta marca o início do período conhecido como Rali do Papai Noel, que tradicionalmente compreende os últimos cinco pregões do ano e os dois primeiros de janeiro. O movimento ocorre após semanas de volatilidade, causadas por preocupações com tarifas comerciais, valuations elevados no setor de tecnologia e gastos intensivos em inteligência artificial.Apesar do cenário ainda cauteloso, investidores mantêm a expectativa de um pouso suave da economia americana.

Dados divulgados nesta quarta-feira (24) mostraram queda inesperada nos pedidos semanais de seguro-desemprego, reforçando a percepção de um mercado de trabalho com baixos níveis de demissões.

Juros, dólar e volatilidade

Os rendimentos dos Treasuries recuaram. A taxa dos títulos de 10 anos caiu três pontos-base, para 4,13%. O dólar operou próximo da estabilidade, enquanto o VIX, índice que mede a volatilidade do mercado, atingiu o menor nível do ano.

O mercado segue precificando cerca de 50 pontos-base em cortes de juros pelo Fed em 2026, embora a probabilidade de uma redução já em janeiro seja considerada baixa.

Ações em destaque

Entre os destaques do dia, ações da Nike subiram cerca de 5%, após a divulgação de que o CEO da Apple, Tim Cook, comprou aproximadamente US$ 3 milhões em papéis da empresa. Já a Intel recuou depois de um relatório indicar que a Nvidia suspendeu testes para usar o processo de fabricação 18A da companhia.

Papéis do setor financeiro também contribuíram para o avanço dos índices, enquanto empresas ligadas à inteligência artificial voltaram a se recuperar após a recente correção.

Como surgiu o conceito

O termo do "rali do Papai Noel" foi consolidado pelo analista Yale Hirsch, criador do Stock Trader’s Almanac, publicação que acompanha padrões sazonais em Wall Street desde 1967.

A base de dados usada no estudo remonta a 1950, e mostra que o índice S&P 500 registrou desempenho positivo nesse período em cerca de 77% dos anos, com retorno médio de 1,3% — bem acima da média semanal histórica do índice, de aproximadamente 0,2%.

A estatística se tornou tão relevante que, segundo Hirsch, a ausência de rali também funciona como sinal de alerta. “Se o Papai Noel não aparecer, os ursos podem surgir na Broad com a Wall”, dizia o analista, em referência à esquina em que fica a Bolsa de Nova York.

Por que o rali acontece?

Não há uma explicação única, mas uma combinação de fatores costuma criar um ambiente favorável:

Liquidez menor: com grandes gestores fora do pregão, o volume de negociações cai, o que torna os preços mais sensíveis a compras pontuais.

Reposicionamento de portfólio: fundos ajustam carteiras para encerrar o ano com melhor performance.

Entradas de capital: aportes de fim de ano, como bônus corporativos e aplicações em previdência, aumentam a demanda por ativos de risco.

Clima positivo: a ausência de reuniões do Fed e a trégua no noticiário corporativo contribuem para um ambiente com menos volatilidade.

Expectativas auto cumpridas: muitos agentes entram comprados já esperando o rali, o que reforça a tendência.

E o Brasil?

O padrão também se repete na bolsa brasileira. Segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria, o Ibovespa registrou alta em 17 dos últimos 24 meses de dezembro, reforçando a tendência sazonal. Fundos locais também realocam carteiras e buscam fechar o ano com performance positiva, o que favorece a alta.

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