Mudanças no IOF serão divulgadas após análise técnica, diz Haddad
Ministro da Fazenda afirmou equipe responsável deve formular uma procuração até o fim da semana para avaliação dos impactos nos orçamentos 2025/2026

Julianna Valença
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta terça-feira (3) que as mudanças no Imposto sobre Operação Financeira (IOF) só serão anunciadas após análise da área técnica do governo, no próximo domingo (8). A afirmação se dá logo após um almoço promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou também que não adiantará as medidas antes de se reunir com os líderes do Congresso Nacional. Segundo o ministro, a equipe responsável pela área técnica do governo deve formular uma procuração até domingo para que sejam avaliados os impactos das medidas no orçamento deste ano e de 2026.
“Nós estamos bastante seguros de que as medidas são justas e sustentáveis, tanto no nível social quanto econômico, mas precisamos desse zelo. Eu preciso de uma provação de uma parte das medidas para rever o decreto”, disse.
O governo havia anunciado em maio um decreto determinando alta na alíquota do IOF, com objetivo de aumentar a arrecadação. No entanto, a falta de diálogo teria criado um mal-estar com os líderes do Congresso.
Em entrevista coletiva nesta terça, Haddad disse que houve “grande alinhamento” nos parâmetros de encaminhamento das medidas e que não adiantará detalhes “em respeito” aos líderes. Ele afirmou que precisa que as novas propostas sejam aprovadas no pela Câmara e Senado para que haja mudança no decreto.
"Nós estamos tendo esse cuidado todo porque dependemos dos votos do Congresso Nacional, eles precisam estar convencidos de que esse é o caminho mais consistente. Eu preciso da aprovação pelo menos de uma parte das medidas para rever o decreto", continuou Haddad.
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Lula reconhece falta de diálogo com Congresso
Mais cedo, o presidente Lula afirmou que não considerava o anúncio do decreto um erro do ministro, mas reconheceu que houve falta de diálogo com os congressistas. O petista disse que a medida foi lançada “sem tempo hábil para consulta aos aliados”.
“O que a Fazenda fez foi trabalhar. Era uma sexta-feira, eles queriam anunciar rápido para dar tranquilidade à sociedade. Eu não acho que isso tenha sido um erro. Mas toda vez que a gente toma uma atitude sem conversar com quem vai defender a proposta, a gente pode cometer erros”, declarou Lula.