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Quem são os 'kids pretos', grupo de elite do Exército citado em operação da PF

Segundo investigação, militares teriam a missão de prender o ministro Alexandre de Moraes após golpe de Estado

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Kids pretos | Divulgação/Exército Brasileiro
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"Qualquer missão, a qualquer hora, em qualquer lugar e de qualquer maneira". O lema é dos "kids pretos", militares da unidade de elite do Exército Brasileiro, o Comando de Operações Especiais (Copesp).

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Segundo investigação da Polícia Federal, a esse grupo de militares foi confiada a missão de prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), assim que Jair Bolsonaro assinasse um suposto decreto de golpe de Estado.

A Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF nesta quinta-feira (8), chegou a esse plano justamente por um dos "kids pretos" mais próximos ao ex-presidente: o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens.

"Os diálogos encontrados no celular de Mauro Cid demonstram que Corrêa Neto intermediou o convite para reunião e selecionou apenas os militares formados no curso de Forças Especiais (Kids Pretos), o que demonstra planejamento minucioso para utilizar, contra o próprio Estado brasileiro, as técnicas militares para consumação do Golpe de Estado", diz a decisão que fundamentou a operação.

Corrêa Neto é o coronel do Exército Bernardo Romão Corrêa Neto, um dos "kids pretos" presos pela operação de ontem.

Quem são os "kids pretos"?

"Kids pretos" é como são chamados os militares da unidade de elite do Exército Brasileiro, o Comando de Operações Especiais (Copesp), localizado em Goiânia (GO). O apelido vem dos gorros de cor preta utilizados por eles nas operações.

"Kids pretos" são chamados assim por causa de gorro utilizado por eles | Divulgação/Exército Brasileiro
"Kids pretos" são chamados assim por causa de gorro utilizado por eles | Divulgação/Exército Brasileiro

Eles recebem treinamento para participar de missões sigilosas e altamente arriscadas, com ações de sabotagem e operações de guerra irregular – que incluem incentivo à insurgência popular, terrorismo e guerrilha.

Segundo o general Rui Yutaka Matsuda, comandante Militar do Planalto de 2020 a 2022, o Comando de Operações Especiais é escolhido "quando o Exército precisa que os resultados sejam decisivos, definitivos e contundentes".

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Bolsonaro e os "kids pretos"

"Uma das poucas coisas que me conforta como presidente da República é saber que vocês existem, que vocês estão ao lado da lei, da ordem e da defesa da nossa liberdade", afirmou o então presidente em uma cerimônia realizada no Copesp, em 2021.

Jair Bolsonaro tem uma ligação antiga com os "kids pretos". Paraquedista do Exército, ele tentou por duas vezes entrar para as Forças Especiais, mas foi reprovado.

Bolsonaro com o ex-comandante de Operações Especiais Mário Fernandes, que depois de ir para a reserva integrou o governo | Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro com o ex-comandante de Operações Especiais Mário Fernandes, que depois de ir para a reserva integrou o governo | Isac Nóbrega/PR

Ao chegar no poder, Bolsonaro se cercou desses militares. Pelo menos 26 formados pelo Comando de Operações Especiais participaram de seu governo, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o general Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

Entre os quatro presos pela Operação Tempus Veritatis, três são "kids pretos": o major das Forças Especiais Rafael Martins e os coronéis do Exército Marcelo Câmara e Bernardo Romão Corrêa Netto.

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