ONU alerta Israel e Rússia sobre denúncias de violência sexual em conflitos
Guterres afirmou que, caso as denúncias se confirmem, Israel e Rússia podem ser incluídos, no próximo ano, na lista de partes “credivelmente suspeitas”

Reuters
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou Israel e Rússia sobre “preocupações significativas” envolvendo supostos padrões de violência sexual praticados por forças armadas e de segurança dos dois países. O aviso foi feito no relatório anual apresentado ao Conselho de Segurança nesta terça-feira (12) e obtido pela Reuters.
Segundo o documento, os crimes relatados incluem violência genital, nudez forçada prolongada de prisioneiros e revistas íntimas conduzidas de forma abusiva e degradante, com objetivo de humilhação e obtenção de informações.
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Guterres afirmou que, caso as denúncias se confirmem, Israel e Rússia podem ser incluídos, no próximo ano, na lista de partes “credivelmente suspeitas” de cometer estupro ou outras formas de violência sexual em conflitos armados.
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Israel nega acusações
O embaixador israelense na ONU, Danny Danon, negou as acusações e afirmou que a organização deveria se concentrar em “crimes de guerra e violência sexual cometidos pelo Hamas” e na libertação de reféns. Já o grupo palestino, listado no relatório como suspeito de abusos sexuais durante o ataque de 7 de outubro de 2023, também rejeitou as acusações e acusou Israel de tentar desviar a atenção “dos crimes cometidos em Gaza”.
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A ONU afirma possuir “informações confiáveis” sobre violações cometidas por militares israelenses contra palestinos em prisões e centros de detenção. No caso da Rússia, o relatório cita abusos contra prisioneiros de guerra ucranianos, documentados em 50 instalações oficiais e 22 não oficiais na Ucrânia e na Rússia, incluindo casos de eletrocussão, queimaduras e espancamentos nos órgãos genitais.
O governo russo não respondeu ao relatório até a última atualização desta reportagem.