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Política

Em acareação, Cid afirma que Marcelo Câmara não manipulou minuta golpista

Defesa de ex-assessor de Jair Bolsonaro disse ter saído satisfeita e confiante de que o procedimento contribuirá para a absolvição de Câmara

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Em acareação realizada nesta quarta (13) entre os réus da trama golpista, Marcelo Câmara e Mauro Cid, o delator e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro disse que Câmara não manipulou a minuta de golpe que teria sido apresentada pelo ex-assessor Filipe Martins a Bolsonaro. A informação consta da ata da audiência publicada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

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O encontro foi solicitado pela defesa do réu Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro que atuou como ajudante de ordens no fim de 2022. Os advogados pretendiam esclarecer dois pontos do depoimento do delator: o suposto monitoramento feito por Câmara contra o ministro Alexandre de Moraes e o acesso e manipulação do ex-assessor às minutas de golpe.

A audiência foi fechada às partes envolvidas no processo e não foi gravada. De acordo com a ata, "pela defesa do réu colaborador Mauro César Barbosa Cid, foi solicitado que constasse o esclarecimento que em momento algum o réu colaborador teria afirmado que o réu Marcelo Câmara teve contato com a minuta do golpe apresentada por Filipe Martins".

Monitoramento de Moraes

Na denúncia apresentada ao Supremo, a Procuradoria-Geral da República afirma que o monitoramento constante das movimentações do ministro do STF foi realizado como parte do plano Copa 2022, que previa o sequestro e assassinato de Moraes. O ministro chegou a ser identificado em conversas sob o codinome "professora".

Câmara sustentou que não houve "monitoramento" de Moraes e, sim, uma "verificação de agendas" e que a ação, realizada no final de dezembro de 2022, foi ordenada por Bolsonaro.

Já Cid reafirmou que Câmara não teria conhecimento de que as ações dele teriam relação com o plano golpista. O ajudante de ordens de Bolsonaro já havia declarado que o monitoramento do ministro tinha relação com o plano Punhal Verde e Amarelo -- que previa o assassinato de autoridades.

O advogado de Câmara, Eduardo Kuntz, disse ter saído satisfeito da audiência que durou menos de uma hora. O jurista espera que a acareação contribua para a absolvição do cliente.

"Cid deixou bem claro que não teve manipulação de minuta e, em relação ao monitoramento, foi bem esclarecido que eram questões pontuais de ajuste de agenda. Isso ficou muito claro. Pra marcar encontro entre o [ex-]presidente [Michel] Temer com o ministro, encontro do ministro [Alexandre de Moraes] com Ciro Nogueira. Diverge do que foi colocado pela Polícia Federal quanto na própria denúncia e a gente espera esta correção na sentença", sustentou Kuntz.

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O advogado voltou a pedir a revogação da prisão preventiva de Câmara. Ele está preso desde junho em Brasília e fez uso da tornozeleira eletrônica para participar presencialmente da acareação nesta quarta. Moraes encaminhou o pedido da defesa para manifestação da PGR.

Acareação

A acareação é um procedimento previsto dentro de investigações e ações penais que consiste em colocar duas ou mais pessoas, que possuem depoimentos contraditórios, frente a frente para serem questionadas, mais uma vez, com o objetivo de desfazer as divergências encontradas.

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