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Brasil

Peeling de fenol: Justiça de SP torna influenciadora ré por homicídio

Natália será julgada por homicídio doloso com dolo eventual qualificado por motivo torpe ao assumir o risco de matar

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Natália será julgada por homicídio doloso com dolo eventual qualificado por motivo torpe ao assumir o risco | Reprodução
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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) recebeu a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) nesta quinta-feira (5) e tornou a influenciadora Natalia Becker ré pela morte do empresário Henrique da Silva Chagas durante um procedimento de peeling de fenol em uma clínica de estética da zona sul, em junho deste ano.

A denúncia do MP-SP foi apresentada no dia 30 de agosto. Natália será julgada por homicídio doloso com dolo eventual qualificado por motivo torpe ao assumir o risco de matar. De acordo com Eduardo Luis Ferreira, delegado responsável pelo caso, a esteticista não estava habilitada a realizar a intervenção estética.

Em nota, a defesa de Natália Becker disse que o Ministério Público não apresentou elementos suficientes para a acusação. "Natália não praticou qualquer ilicitude ou irregularidade", informou a defesa em nota.

Relembre o caso

O empresário Henrique da Silva Chagas, de 27 anos, morreu após um procedimento estético conhecido como "peeling de fenol", no bairro do Campo Belo, em São Paulo no dia 3 de junho. O caso foi registrado inicialmente como morte suspeita.

A intervenção estética é considerada invasiva e agressiva, com promessa de rejuvenescimento da pele e deixando a pessoa com uma aparência de dez anos mais jovem. O fenol é cardiotóxico e pode causar arritmia e até parada cardíaca, com alergias e risco hepático.

Henrique da Silva Chagas não resistiu ao procedimento realizado pela influenciadora Natalia Becker, que dá nome à clínica e tem 200 mil seguidores nas redes sociais. Os vídeos com a intervenção rejuvenescedora do tipo feitos por profissionais de estética viralizaram recentemente. Natalia desativou as páginas após o caso.

"Sucesso", disse esteticista após procedimento

Segundo o boletim de ocorrência, Henrique e o companheiro chegaram à clínica durante a manhã. No local, fez limpeza de pele e, depois, a aplicação de um anestésico para amenizar a dor. Na sequência, foi feita uma raspagem na pele e, por último, a aplicação do fenol.

O produto ácido deixa a pele com aparência escamada e avermelhada, com a promessa de retirar manchas e marcas. O procedimento durou cerca de uma hora.

Ainda de acordo com o boletim, Natalia chamou o companheiro de Henrique, dizendo que o paciente "resistiu bem à dor", que a intervenção foi um "sucesso". Logo depois, porém, o rapaz começou a passar mal. Apertando a mão do namorado, começou a respirar de forma ofegante. Funcionárias foram acionadas, chamando o resgate.

O atendente do Samu passou recomendações pelo telefone para medir a pressão. Nesse tempo, a situação de Henrique piorou. A esteticista, ao ver a situação, também teria passado mal, foi socorrida e levada a um pronto-socorro. Ela acionou o marido, identificado como “Jorge”, também sócio da clínica, para dar conta da situação.

Ao chegar no local, o sócio chegou a fazer respiração boca-a-boca e massagem cardíaca na vítima. Quando o resgate chegou, a morte de Henrique foi constatada.

Posteriormente, foi descoberto que Natalia Becker sequer tinha habilitação para realizar a intervenção estética, que só poderia ter sido feita por um dermatologista e dentro de um centro cirúrgico.

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