Ministério Público de SP mantém pedido de arquivamento em caso de torcedor morto com "bean bag"
Promotor do MP considerou que policial que atirou agiu em legítima defesa; caso voltará a ser analisado pela Justiça
O Ministério Público de São Paulo reforçou o pedido de arquivamento no caso do torcedor Rafael Garcia, morto no ano passado por um tiro de "bean bag" (munição de menor potencial ofensivo) disparado por um policial militar. A Justiça havia determinado uma reavaliação da decisão para garantir uma análise mais aprofundada antes do arquivamento.
A morte ocorreu durante um confronto entre torcedores do São Paulo e policiais militares, nos arredores do Estádio do Morumbi, após a vitória do São Paulo sobre o Flamengo na final da Copa do Brasil. O cabo Wesley de Carvalho Dias atingiu o rapaz na cabeça.
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O promotor Rogério Zagallo argumentou que o policial agiu em legítima defesa, mesmo sem evidências de que o torcedor tenha atacado os policiais. Segundo o promotor, a vítima estaria "no local errado na hora errada".
Com o pedido de revisão, o Procurador-Geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira, manteve o entendimento de que o policial não deveria ser processado, afirmando em seu parecer que a morte de Rafael foi um "lastimável acaso". O caso agora volta para a decisão do juiz.