Após morte de Joca, governo cria comissão para definir regras para transporte de pets em avião
Grupo deve analisar quase 3,4 mil sugestões enviadas à Anac por veterinários, associações, empresas aéreas, profissionais do setor de aviação
SBT News
O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (18), a abertura de uma comissão que definirá regras específicas para melhorar a segurança e o bem-estar no transporte aéreo de animais.
A comissão deve analisar quase 3,4 mil sugestões enviadas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por veterinários, associações, empresas aéreas, profissionais do setor de aviação, etc.
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Esse é o maior número de manifestações recebidas pelo setor aéreo em consultas abertas à sociedade. Ao final da análise, o governo divulgará as medidas adotadas.
O grupo de trabalho surge após alguns casos de mortes de animais em transporte aéreo. A morte do cachorro Joca, em abril, após um erro de logística da Gol, gerou comoção popular e levou a companhia aérea a suspender o serviço.
Joca foi colocado por engano em um avião para Fortaleza (CE) e foi mandado de volta para o Aeroporto de Guarulhos, onde chegou morto. O destino correto era Sinop, no Mato Grosso.
Caso Joca
Joca era um golden retriever saudável de quatro anos. O tutor, João Fantazzini, estava se mudando para o Mato Grosso e embarcou para Sinop com o intuito de chegar à cidade no mesmo horário que o cachorro. Ao desembarcar, no entanto, João foi informado pela companhia aérea de que o animal havia sido levado por engano para Fortaleza.
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A viagem, que deveria levar até duas horas e meia, demorou quase oito horas, contando o tempo em que Joca foi enviado de volta para São Paulo. Durante a espera, o cão ficou cerca de 1h30 na pista de embarque e desembarque, com temperatura de 36°C. A família conta que o cachorro, que estava em uma caixa de transporte, ficou sem comida.
Após o ocorrido, a Anac e a Polícia Civil de Guarulhos iniciaram uma investigação acerca do transporte. Um laudo foi solicitado pela USP (Universidade de São Paulo), que indicou a morte do cão por "choque cardiogênico", distúrbio circulatório associado à redução do rendimento cardíaco, resultante da falência do coração em bombear adequadamente o sangue.
A Polícia Civil também concluiu que Joca provavelmente morreu dentro da aeronave, durante o voo de volta a São Paulo.
Em nota, a Gol lamentou o ocorrido, expressando solidariedade com o sofrimento da família. Para auxiliar na investigação do caso, a companhia aérea suspendeu o transporte de cães e gatos nos porões das aeronaves por 30 dias.