Caso Joca: cão que morreu em voo da Gol sofreu choque cardiogênico, diz laudo da USP
Animal viajaria de São Paulo para Mato Grosso, mas foi enviado para o Ceará; companhia aérea não comentou
O cão Joca, um animal da raça Golden Retriever que morreu após ser enviado para o destino errado pela Gol, em abril, morreu por causa de um choque cardiogênico, de acordo com o laudo necroscópico da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP).
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"O choque cardiogênico é um distúrbio circulatório associado à redução do rendimento cardíaco, resultado da falência do coração em bombear adequadamente o sangue, podendo ser causado por diversas condições patológicas cardíacas", diz o laudo.
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Em nota, a USP afirmou que os exames de necropsia foram entregues ao tutor do cachorro, João Fantazzini, como protocolo do Hospital Veterinário. O documento foi disponibilizado por ele nesta quinta-feira (4). O SBT News procurou a Gol, mas a empresa não se posicionou sobre o assunto. O espaço segue aberto.
A morte de Joca aconteceu no dia 22 de abril, quando ele embarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, com destino a Sinop, no Mato Grosso, onde João mora. No entanto, o animal foi enviado para Fortaleza (CE) em um trajeto que durou cerca de 8 horas.
Relembre o caso
Joca era um Golden Retriever saudável de quatro anos. O tutor, João Fantazzini, estava se mudando para o Mato Grosso e embarcou para Sinop com o intuito de chegar à cidade no mesmo horário que o cachorro. Ao desembarcar, no entanto, João foi informado pela companhia aérea de que o animal havia sido levado por engano para Fortaleza.
A viagem, que deveria levar até duas horas e meia, demorou quase oito horas, contando o tempo em que Joca foi enviado de volta para São Paulo. Durante a espera, o cão ficou cerca de 1h30 na pista de embarque e desembarque, com temperatura de 36°C. A família conta que o cachorro, que estava em uma caixa de transporte, ficou sem comida.
João precisou voltar para São Paulo para receber Joca. Ao chegar no aeroporto, um funcionário da companhia recebeu o tutor, dizendo que o cachorro não “se sentiu bem” durante voo e que um veterinário havia sido acionado pela companhia. Quando desembarcou, contudo, o cachorro já estava sem vida. Ele foi enterrado na quarta-feira (14), em Higienópolis, região central de São Paulo, após passar por exame de necropsia.
Em nota, a Gol lamentou o ocorrido, expressando solidariedade com o sofrimento da família. Para auxiliar na investigação do caso, a companhia aérea suspendeu o transporte de cães e gatos nos porões das aeronaves por 30 dias. “A apuração dos detalhes do ocorrido está sendo conduzida com total prioridade pelo nosso time”, disse.