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Dia das Mulheres: entenda em 6 pontos a importância da data

51,5% da população brasileira, mulheres gastam mais tempo no trabalho de cuidado e são minoria em cargos de poder; taxas de violência de gênero são assustadoras

Dia das Mulheres: entenda em 6 pontos a importância da data
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O Dia Internacional das Mulheres, celebrado nesta sexta-feira (8) para relembrar a luta feminina contra a opressão, é uma data de reflexão sobre as desigualdades vividas por mulheres em todo o mundo.

+ Ao menos 8 mulheres foram vítimas de violência a cada dia de 2023, diz levantamento

No Brasil, elas são maioria. O país, segundo o Censo Demográfico de 2022, tem 104,5 milhões de mulheres, o correspondente a 51,5% do total de brasileiros.

Estatísticas diversas mostram a desigualdade entre homens e mulheres brasileiras, tanto em questões sociais como econômicas. E, além das dificuldades vividas por nascer mulher, elas ainda correm o risco de morrer pelo mesmo motivo: só por serem mulheres.

Em 2023, as taxas de feminicídio, violência sexual e assédio chegaram a níveis assustadores. Uma mulher é morta a cada 6 horas no país, vítima da violência de gênero.

Entre outros dados desfavoráveis, as mulheres gastam quase 10 horas a mais que homens no trabalho de cuidado e são a minoria entre juízes e políticos. Veja levantamento feito pelo SBT News:

Feminicídio

Segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de feminicídios no Brasil atingiu a marca de 1.463 vítimas. Isso significa que mais de quatro mulheres foram vítimas fatais da violência de gênero a cada 24 horas. Em relação a 2022, houve um crescimento de 1,6% nos casos.

Esse é o maior número da série histórica iniciada pelo FBSP em 2015, quando entrou em vigor a Lei 3.104/15, que qualifica o feminicídio como um crime que decorre de violência doméstica e familiar em razão da condição de sexo feminino, em razão de menosprezo à condição feminina, e em razão de discriminação à condição feminina.

Reprodução/FBSP
Reprodução/FBSP

De 2015 a 2023, mesmo com a subnotificação de casos – principalmente nos primeiros anos de lei – ao menos 10.655 mulheres foram assassinadas somente por serem mulheres.

Violências contra a mulher

Ao menos oito mulheres foram vítimas de violência de gênero a cada 24 horas em 2023. Ao todo, foram registradas 3.181 vítimas, representando um aumento de mais de 22% em relação a 2022.

As violências sofridas pelas mulheres brasileiras são as mais diversas: ameaças, agressões, torturas, ofensas, assédio, tentativa de feminicídio. O relatório aponta 3.528 casos. Os números divergem da quantidade de vítimas porque em alguns casos a mulher sofreu mais de um tipo de violência.

Os números espantosos foram divulgados pela Rede de Observatórios da Segurança na quinta-feira (7) e fazem parte do relatório 'Elas Vivem: liberdade de ser e viver'.

Assédio sexual

De acordo com a pesquisa Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil, realizada pelo DataFolha e Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2023, 47% das brasileiras indicaram ter sofrido assédio sexual – o equivalente a 30 milhões de mulheres. Os números cresceram 9 pontos percentuais na comparação com 2021.

Os casos de assédio têm maior prevalência entre mulheres jovens, de 16 a 24 anos. As maiores assediadas são as mulheres negras, com 49,1%, enquanto as brancas são 42,2% das vítimas.

Em São Paulo, duas em cada três mulheres afirmam que sofreram algum tipo de assédio. O número representa cerca de 3,4 milhões de pessoas assediadas. Os dados são da pesquisa Viver em São Paulo: Mulheres, realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec).

Desigualdade salarial

Apesar da queda na diferença entre os salários pagos a mulheres e homens, as brasileiras ainda recebem menos que os brasileiros para exercer a mesma função. Em 2022, o rendimento delas foi equivalente a 78,9% do recebido por eles, segundo o IBGE.

Nos últimos 10 anos, dados que foram levantados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que o índice que mede a paridade salarial passou de 72 em 2013 para 78,3 em 2023. Quanto mais próximo de 100, maior a equidade entre mulheres e homens.

Divisão desigual no cuidado

Trabalho doméstico é feito majoritariamente por mulheres | Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias
Trabalho doméstico é feito majoritariamente por mulheres | Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

As mulheres dedicaram 9,6 horas semanais a mais do que os homens em tarefas domésticas ou cuidados de pessoas em 2022. É o que mostrou o módulo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua sobre outras formas de trabalho, divulgado pelo IBGE no segundo semestre de 2023.

Enquanto as mulheres gastaram 21,3 horas por semana com os afazeres domésticos, esse número foi de 11,7 horas para os homens.

A divisão é desigual mesmo entre os que "trabalham fora": as mulheres ocupadas dedicam 6,8 horas a mais que os homens ocupados.

Baixa representatividade

No Congresso Nacional, as mulheres ocupam menos de 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados e 18,5% no Senado. São 91 deputadas federais, de um total de 513, e 15 senadoras dentre 81 parlamentares. Os números são muito baixos, já que as mulheres representam a maioria do eleitorado (52,7%).

Nas últimas eleições, só dois estados elegeram governadoras: Raquel Lyra (PSDB), em Pernambuco, e Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte.

Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte da Justiça brasileira, Cármen Lúcia é a única mulher. Em 132 anos de história e com um total de 171 magistrados, o tribunal teve apenas outras duas ministras: Ellen Gracie e Rosa Weber, já aposentadas.

Apesar de ter enfatizado durante a campanha eleitoral a necessidade de representação feminina em seu governo e de ter batido o recorde de ministras mulheres no início de seu terceiro mandato presidencial, com 11 delas no primeiro escalão, Lula (PT) demitiu duas ministras para acomodar aliados ainda no primeiro ano de governo. Atualmente, menos de 25% dos 38 ministérios são chefiados por mulheres. São elas:

1. Anielle Franco, Igualdade Racial

2. Cida Gonçalves, Mulheres

3. Esther Dweck, Gestão e Inovação

4. Luciana Santos, Ciência e Tecnologia

5. Margareth Menezes, Cultura

6. Marina Silva, Meio Ambiente

7. Nísia Trindade, Saúde

8. Simone Tebet, Planejamento

9. Sônia Guajajara, Povos Indígenas

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