Corpo de Juliana Marins é liberado para família após nova autópsia no Rio
Autoridades da Indonésia informaram que morte da brasileira foi causada por ferimentos da queda, sem relação com tempo até o resgate; laudo deve sair em 7 dias
Emanuelle Menezes
O corpo da brasileira Juliana Marins, que morreu depois de cair na trilha do vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, passou por uma nova autópsia no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no centro do Rio de Janeiro. O exame foi feito na manhã desta quarta-feira (2), um dia após a chegada do corpo dela ao Brasil.
+ Corpo de Juliana Marins já está no Brasil
A autópsia foi realizada por dois peritos legistas da Polícia Civil do Rio, na presença de um perito médico da Polícia Federal e por um assistente técnico que representa a família. A análise começou às 8h30 e durou pouco mais de duas horas. O laudo preliminar deve ser entregue em até sete dias.
O corpo foi liberado para a família. O velório de Juliana será aberto ao público e acontecerá na sexta-feira (4), no Cemitério Parque da Colina, no bairro de Pendotiba, em Niterói (RJ), das 10h às 12h.

Nova autópsia
A família de Juliana solicitou que uma nova autópsia fosse realizada no corpo da jovem assim que ele chegasse ao Brasil. O procedimento foi pedido pela Defensoria Pública da União (DPU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que cumpriria voluntariamente a decisão.
A DPU levantou dúvidas sobre a certidão de óbito emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta. O documento indica que Juliana morreu em decorrência de múltiplas fraturas e lesões internas. A informação consta no laudo divulgado pelas autoridades do país na última sexta-feira (27).
Segundo o laudo, não havia evidências que relacionem a morte de Juliana a uma demora no resgate. As autoridades indonésias estimaram que a morte da brasileira ocorreu em torno de 20 minutos após ela sofrer uma queda.
+ Veja imagens e saiba quem é a brasileira que caiu durante trilha na Indonésia

Queda em vulcão
Natural de Niterói (RJ), Juliana fazia sozinha um mochilão pela Ásia desde fevereiro. A jovem, de 26 anos, passou por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar a Indonésia. No país, decidiu realizar uma trilha de três dias e duas noites no vulcão Rinjani, acompanhada de um guia e cinco turistas.
No segundo dia de percurso, ao parar para descansar, a jovem caiu do penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão. O guia, que teria dito para ela parar no caminho e depois reencontrar o grupo, suspeitou da demora e, cerca de 1 hora depois, viu que Juliana havia caído mais de 300 metros em um precipício.
Horas depois, outros turistas que passavam pela trilha conseguiram visualizar a jovem, com o auxílio de um drone. Eles que entraram em contato com a família da brasileira.

Demora no resgate
A família de Juliana acusou o governo da Indonésia de divulgar mentiras sobre um possível resgate à jovem, além de forjar vídeos mostrando que ela recebeu alimentos, água e agasalho.
Em entrevista para a imprensa, a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarna) informou que a demora para iniciar os trabalhos de busca e salvamento aconteceu porque as equipes só foram avisadas do acidente depois que um integrante do grupo de Juliana conseguiu descer até um posto, em uma caminhada que levou cerca de 8 horas. Além disso, foram necessárias algumas horas até que os resgatistas subissem até o local.