Caso Juliana Marins: Família solicita nova autópsia no Brasil
Autoridades da Indonésia informaram que a morte foi causada por ferimentos da queda e não teria relação com tempo que ela esperou pelo resgate

Gabriella Lodi
A irmã de Juliana Marins, brasileira que morreu em queda no Monte Rinjani, na Indonésia, solicitou uma nova autópsia a ser realizada no Brasil, nesta segunda-feira (30).
"Com o auxílio do GGIM [Gabinete de Gestão Integrada Municipal] da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia no caso da minha irmã, Juliana Marins. Acreditamos no Judiciário Federal brasileiro e esperamos uma decisão positiva nas próximas horas", disse Mariana Marins.
Juliana, de 26 anos, morreu após cair de um penhasco em 21 de junho. O corpo da publicitária foi localizado quatro dias depois, no dia 25, após intensas buscas com o uso de drones e equipes de resgate locais.
+ Governador da Indonésia reconhece falta de estrutura para casos como o de Juliana Marins
A autópsia realizada por autoridades da Indonésia mostrou que Juliana morreu por causa de um trauma contundente, resultando em danos a órgãos internos e hemorragia. As informações foram divulgadas pelas autoridades do país na sexta-feira (27).
Segundo o laudo, não havia evidências que relacionem a morte de Juliana a uma demora para o resgate.
As autoridades indonésias estimaram que a morte de Juliana ocorreu em torno de 20 minutos após ela sofrer os ferimentos, mesmo sendo difícil de determinar a hora exata do óbito.
+ Caso Juliana Marins: voo que traria corpo ao Brasil é cancelado
A irmã de Juliana já havia criticado a divulgação do laudo da autópsia realizada na Indonésia à imprensa antes de a família ser informada oficialmente.
Mariana Marins também contesta a atuação das equipes de resgate e aguarda o traslado do corpo da irmã para o Brasil.
O voo que traria o corpo de Juliana teria sido cancelado devido à falta de espaço no compartimento de carga.
A informação foi compartilhada por Mariana nas redes sociais, onde ela também fez um apelo à Emirates, responsável pelo voo, para confirmar os detalhes da nova viagem.
+ Irmã de Juliana Marins critica divulgação de autópsia à imprensa antes de família ser informada
Em nota, a Emirates informou que o corpo de Juliana será transportado para Dubai nesta terça-feira (1º) e que chegará ao Rio de Janeiro nesta quarta-feira (2).
A companhia aérea afirmou que priorizou a coordenação com as autoridades, e que a família da brasileira foi informada sobre a confirmação das providências logísticas.
A Defensoria Pública da União (DPU) informou que encaminhou, nesta segunda-feira (30), ofício à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro para abertura de um inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de Juliana Marins.
Relembre o caso
Natural de Niterói (RJ), Juliana fazia sozinha um mochilão pela Ásia desde fevereiro. A jovem, de 26 anos, passou por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar a Indonésia. No país, decidiu realizar uma trilha de três dias e duas noites no vulcão Rinjani, acompanhada de um guia e cinco turistas.
No segundo dia de percurso, ao parar para descansar, a jovem caiu do penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão. O guia, que teria dito para ela parar no caminho e depois reencontrar o grupo, suspeitou da demora e, cerca de 1 hora depois, viu que Juliana havia caído mais de 300 metros em um precipício.
Horas depois, outros turistas que passavam pela trilha conseguiram visualizar a jovem, com o auxílio de um drone. Eles que entraram em contato com a família da brasileira.