Governador da Indonésia reconhece falta de estrutura para casos como o de Juliana Marins
Lalu Muhamad Iqba lamentou morte de brasileira e disse que tomará medidas para melhorar a preparação para emergências

Camila Stucaluc
O governador da província de West Nusa Tenggara, na Indonésia, divulgou uma carta aberta lamentando a morte de Juliana Marins. No texto, Lalu Muhamad Iqbal também reconheceu a falta de estrutura e profissionais para casos como o da brasileira, que exigem resgate de grande complexidade.
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Na região comandada por Lalu Muhamad Iqba está localizado o vulcão Rinjani, onde Juliana morreu. Ela caiu de um penhasco enquanto fazia uma trilha e foi resgatada apenas quatro dias após o acidente, já sem vida. O corpo da jovem foi içado e resgatado na manhã do dia seguinte e levado para autópsia.
Na carta, o governador afirmou que a mobilização para o resgate de Juliana foi imediata, mas que condições adversas, como névoa espessa, dificultaram a operação. “Por favor, entendam que compartilho isso não como desculpa, mas como um reconhecimento transparente de nossas limitações atuais”, escreveu.
Diante da tragédia, Lalu Muhamad garantiu que o governo tomará medidas concretas para melhorar a preparação local para emergências ou desastres futuros. Afirmou, ainda, que irá trabalhar para aprimorar a segurança na trilha, já que o Rinjani se tornou uma atração turística popular no país.
“Expresso nossas mais profundas condolências e sinceras condolências à família de Juliana neste momento de dor inimaginável. Que vocês tenham força e bem-estar contínuos. Estamos todos profundamente abalados por esta tragédia, especialmente porque ocorreu aqui em nossa terra natal”, finalizou o governador.
Outros acidentes
A trilha seguida por Juliana que leva até o vulcão Mount Rinjani, na ilha de Lombok, tem 2,6 quilômetros de extensão — sendo uma das mais populares entre turistas. A distância pode ser percorrida em até quatro dias, segundo informações do Parque Nacional do Monte Rinjani. O cume do vulcão fica a 3.726 metros de altura.
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A escalada é considerada uma das mais difíceis do país e, por isso, os visitantes precisam de um alto nível de preparo físico e roupas e equipamentos adequados, além do acompanhamento de um guia. Nos últimos cinco anos, contudo, a região do vulcão registrou 180 acidentes, com oito fatalidades.